Saulo Felipe Basso dos Santos
O IPE Saúde e a base do funcionalismo
Saulo Felipe Basso dos Santos
Presidente do Sindicato da Polícia Penal do RS
Durante cinco anos o governo do RS atrasou os salários dos servidores públicos. Só no governo Eduardo Leite foi quase um ano de salários parcelados. Há oito anos os servidores da área da segurança pública estão sem reposição das perdas inflacionárias, sendo que, junto com os profissionais da área da saúde, enfrentaram os dois anos de pandemia da Covid-19 na linha de frente, sem parar de trabalhar em nenhum momento. Enquanto muitos estavam em suas casas preservando-se, os policiais penais estavam dentro das Casas Prisionais garantindo a segurança da sociedade gaúcha, como os servidores da Polícia Civil e Brigada Militar.
Após obter a reeleição, o governador Eduardo Leite saiu com a seguinte frase: "agora que a gente colocou as contas em dia, conseguimos dormir bem e sonhar. Aos poucos, vamos realizando cada sonho e abrindo espaço para outros". Mas foi em cima do atraso do salário do servidor que o estado se financiou para organizar suas finanças. É através do achatamento salarial que o governo Eduardo Leite diz ter arrumado a casa.
Agora, diante da crise enfrentada pelo IPE Saúde, novamente, a solução que o governo Eduardo Leite encontra não tem nada de gestão. A saída encontrada é taxar mais o servidor, que se endividou devido aos salários parcelados e a ausência de reposição da inflação. A verdade é que o serviço público do RS é dividido em duas castas: as carreiras ricas que possuem salários e valorização e a outra parte do serviço público que forma a base da pirâmide. São esses servidores que não recebem reposição das perdas inflacionárias há anos e que observam seu poder de compra reduzir a cada ano de forma significativa, que dependem do IPE Saúde e que contribuem, pois os servidores que estão no topo da remuneração há muito tempo já abandonaram o IPE.
Se por um lado, o governo não remunera de forma justa os médicos que atendem pelo IPE Saúde, na outra ponta, quer aumentar a taxação em cima dos servidores que estão há quase uma década sem reposição das perdas inflacionárias. Isso está bem longe da gestão inovadora tão propagada.
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