Dentre os inúmeros desafios que surgem diariamente para quem atua na administração pública, um dos mais complexos é como lidar com o esgoto. O problema não é o tratamento em si, mas como lidar com algumas situações que podem ocorrer corriqueiramente em qualquer rua do Município, como é o caso, por exemplo, da Doutor Cassiano, quase esquina com a Padre Anchieta, onde um odor característico de esgoto tomou conta da localidade.

Esse, no entanto, normalmente é um problema de fácil solução. O morador passar por ali, nota a situação, chama o Sanep e a autarquia vai até o local para fazer o conserto. Se não for algo extremamente fora da curva, aquela água com cheiro a podre some em questão de dias. Mas e quando esse odor tão característico vira uma constante na vida das pessoas? Quando a falta de saneamento em uma determinada localidade vira um refúgio para ratos, baratos e outros?

Essa situação desagradável é o dia a dia de algumas famílias da Santa Terezinha. Em matéria publicada na edição de ontem do Diário Popular, a reportagem mostrou a situação enfrentada por muitas pessoas na região. Aí vem a pergunta: mas não era só ligar para o Sanep que eles aparecem para fazer os reparos? Pelo que foi constatado no local, não é bem assim.

De acordo com o Sanep, o canal responsável pelo mau cheiro e sujeira compõe o sistema de macrodrenagem, mas é um local de acesso extremamente difícil, pois os imóveis alocados às margens do canal inviabilizam que a manutenção seja feita com o maquinário adequado. A autarquia vai além, informando que as habitações são irregulares, por isso o serviço não consegue ser feito por ali.

Em um caso como esses, com todas essas nuances, de quem é a culpa pela situação do canal da Santa Terezinha? É do poder público, que não encontra uma solução? Ou dos moradores, que construíram as casas em um local irregular? Difícil apontar o dedo e decretar quem é o culpado. E enquanto tudo isso não desenrola, todos ao redor sofre as consequências dessa situação desagradável.