Entrevista

Deputados federais assumem mandatos em Brasília

Parlamentares com bases eleitorais na Zona Sul conversaram com o DP sobre as pautas da região e representação no Congresso

Fotos: divulgação - Afonso Hamm (PP), Alexandre Lindenmeyer (PT) e Daniel Trzeciak (PSDB) conversaram com o DP

Por Douglas Dutra
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A partir desta quarta-feira (1º), uma nova composição com 513 deputados federais inicia os trabalhos em Brasília. Representando o Rio Grande do Sul, são 31 parlamentares, sendo apenas três destes eleitos diretamente vinculados ao sul do Estado: Afonso Hamm (PP), Alexandre Lindenmeyer (PT) e Daniel Trzeciak (PSDB). Eleitos por partidos de diferentes posições ideológicas, os congressistas têm o desafio de trabalhar por uma região com pouca representatividade política, empobrecida economicamente e com históricos problemas estruturais.

Na tarde desta terça (31), véspera da posse, o Diário Popular transmitiu ao vivo em seu site e redes sociais uma entrevista com os três deputados, promovendo uma conversa inédita entre os representantes da Zona Sul sobre as principais pautas de interesse das comunidades.

Confira a seguir os destaques do que disseram os deputados, ou assista a entrevista completa abaixo:

Afonso Hamm, do Progressistas
Natural de Hulha Negra, cursou Engenharia Agrônoma em Pelotas, construiu carreira política em Bagé e chega a seu quinto mandato na Câmara dos Deputados

O deputado destacou a importância de manter diálogo próximo entre os três parlamentares do sul do RS em busca de melhorias para a região. "Devemos buscar o apoio daqueles deputados que tiveram boas votações da região, porque eles também estão eleitos com os votos da Metade Sul", sugeriu. Segundo Hamm, as pautas de interesse regional precisam ser trabalhadas mais unificadas entre os representantes do Estado. Citou entre elas a duplicação da BR-116, mudanças nos pedágios do Polo Pelotas e o Porto de Rio Grande como prioridades dos deputados.

Em relação à estiagem que o Estado enfrenta novamente, o progressista defende adoção de medidas permanentes que atenuem os prejuízos em períodos de seca. "A estiagem é um tema de prioridade para o governo do Estado que tem que ter uma política efetiva e permanente do governo federal porque nossa região é uma mesorregião reconhecida como deprimida econômica e socialmente, a Metade Sul e a faixa de Fronteira. Quando cruzamos essas duas regiões, precisamos de políticas estruturais, de políticas públicas."

Alexandre Lindenmeyer, do PT
Natural de Rio Grande, é advogado. Foi vereador, deputado estadual e prefeito de Rio Grande por dois mandatos, entre 2012 e 2020. Assume seu primeiro mandato como deputado federal

O parlamentar aponta a diminuição de políticas públicas como um dos fatores de empobrecimento da região. Ele cita a importância de investimentos na área de energias. "Trabalhando, principalmente, nos projetos dos parques eólicos que estão em curso e que são vetores de desenvolvimento para a região." Lindenmeyer também menciona a necessidade de avançar na usina termelétrica de Rio Grande para diminuir a dependência gaúcha de gás estrangeiro e gerar impostos e empregos para a região.

Outro ponto destacado é a importância da retomada do setor no naval e a busca pela ligação a seco entre Rio Grande e São José do Norte. "O fato de termos um porto da magnitude que é o Porto de Rio Grande é estratégico para o desenvolvimento do Rio Grande do Sul". Lindenmeyer salienta a necessidade de avançar no processo de navegabilidade da Lagoa Mirim. "Embora tenhamos um período de depressão econômica com impactos sociais, nós temos oportunidades que outras regiões não têm", diz, elencando potencialidades que podem ser exploradas no Porto.

Daniel Trzeciak, do PSDB
Natural de Dom Feliciano, é jornalista. Foi eleito vereador de Pelotas em 2016 e deputado federal em 2018. Agora, assume seu segundo mandato na Câmara

Ao comentar a representatividade da região, Trzeciak lamenta a pouca presença na Assembleia Legislativa e atribui a esse déficit parte do empobrecimento local. "Não estou falando de ideologia, de sigla partidária. Estou falando de pessoas que possam representar politicamente a nossa Sona Sul".

O deputado destaca a importância de políticas de geração de emprego. "Para que a gente possa voltar a ter emprego, a ter desenvolvimento, a gente tem que entrar em um ciclo virtuoso. Nós estamos há muitos anos com o freio de mão puxado, está mais do que na hora de soltar o freio de mão e pisar no acelerador. Pra que isso possa ocorrer, precisamos entender que alguns fatores precisam ser preenchidos. Um deles é obra de infraestrutura. Quem gera emprego e riqueza é a iniciativa privada. O poder público precisa criar um ambiente favorável pra que isso ocorra, e é nisso que estamos estagnados." O tucano também aponta a demora na conclusão da BR-116 e o excesso de pedágios como problemas a serem superados.

Assista a entrevista completa


A bancada gaúcha na Câmara
Assim como na Assembleia Legislativa, o PT é o partido com o maior número de deputados federais eleitos no Rio Grande do Sul, com seis parlamentares. O segundo partido em número de deputados é o PL, com quatro. Em seguida vêm MDB, PP e Republicanos, com três eleitos cada. Confira a distribuição da representação gaúcha na Câmara:

PT - 6
PL - 4
MDB - 3
PP - 3
Republicanos - 3
PDT - 2
PSDB - 2
Cidadania - 1
Novo - 1
Podemos - 1
PCdoB - 1
PSB - 1
PSD - 1
PSOL - 1
União Brasil - 1

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