A deputada estadual Luciana Genro (PSOL) lançou na quarta-feira (21) em Pelotas o livro "A Alemanha da revolução ao nazismo - Reflexões para a atualidade" em evento na sede do Instituto Mário Alves. Na obra, a deputada revisita o período entre a revolução que derrubou a monarquia e a ascensão do nazismo na Alemanha, relembrando a militância de comunistas como Rosa Luxemburgo e Karl Liebknecht.

No livro, Luciana compara aquele período histórico alemão e o momento político brasileiro, refletindo sobre o totalitarismo, a origem de governos de extrema direita e os desafios para movimentos de esquerda. Em entrevista ao Diário Popular, a deputada afirmou que o crescimento da extrema direita no mundo a motivou a analisar o momento histórico que precedeu a ascensão de Adolf Hitler na Alemanha.

"A extrema direita segue forte, e o que nós vimos acontecer na Alemanha é um processo que não foi isolado naquele momento porque se teve outras experiências fascistas naquela conjuntura, e esse ovo da serpente pode voltar a se abrir a qualquer momento", diz.

Ela avalia que um dos desafios dos partidos de esquerda é responder ao sentimento de descontentamento da população que, segundo ela, é capitalizado pela extrema direita. "Ao mesmo tempo em que a gente busca unidade com outros setores da esquerda ou do centro democrático, a gente vê que é preciso ter uma cara própria, uma esquerda que se coloque contra o sistema", afirma.

Sobre o cenário das eleições municipais de 2024, Luciana Genro diz que o partido deve ser protagonista, mas não necessariamente com candidatura própria. "Significa que as nossas bandeiras, o nosso programa, sejam parte desse embate político que vai ser feito", explica, pontuando que a composição de chapas depende do contexto de cada município.