Posse

Lula sobe a rampa exaltando democracia, soberania e direitos do povo

Presidente se emocionou ao iniciar terceiro mandato; mais de 50 pelotenses acompanharam celebração em Brasília

Foto: Ricardo Stuckert - Lula subiu a rampa com representantes do povo brasileiro, que o entregaram a faixa presidencial

Por Redação
(Com informações da Agência Brasil)

Começou na tarde de domingo (1º) o terceiro governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) como presidente do Brasil. Com forte esquema de segurança, mas sem registro de contratempos, o petista tomou posse para o cargo em cerimônias no Congresso Nacional e no Palácio do Planalto, onde subiu a rampa acompanhado de cidadãos representando a diversidade do povo brasileiro. Com Jair Bolsonaro (PL) fora do País, coube a uma mulher negra, catadora, Aline Sousa, a colocação da faixa presidencial. O ato emocionou Lula, que chorou ao abraçar as pessoas ao seu redor.

Durante o discurso de posse no Congresso Nacional, o presidente disse que os diretos e interesses da população, o fortalecimento da democracia e a retomada da soberania nacional serão os pilares do seu novo governo. "Nenhuma nação se ergueu nem poderá se erguer sobre a miséria de seu povo", disse. "Este compromisso começa pela garantia de um Programa Bolsa Família renovado, mais forte e mais justo, para atender a quem mais necessita. Nossas primeiras ações visam a resgatar da fome 33 milhões de pessoas e resgatar da pobreza mais de cem milhões de brasileiras e brasileiros que suportaram a mais dura carga do projeto de destruição nacional que hoje se encerra", completou.

Lula lembrou da sua primeira posse, em 1º de janeiro de 2003, quando se comprometeu com a soberania alimentar da população. "Ter de repetir este compromisso no dia de hoje, diante do avanço da miséria e do regresso da fome que tínhamos superado, é o mais grave sintoma da devastação que se impôs ao País nos anos recentes." A mensagem do presidente foi de esperança e reconstrução. "Em 2002, dizíamos que a esperança tinha vencido o medo, no sentido de superar os temores diante da inédita eleição de um representante da classe trabalhadora. Em oito anos de governo deixamos claro que os temores eram infundados. Do contrário, não estaríamos aqui novamente", destacou.

Diagnóstico

Segundo Lula, o diagnóstico feito pela equipe de transição de governo será amplamente divulgado. "Para que as pessoas saibam como é que encontramos o País e cada um faça sua avaliação", ressaltou. O presidente fez críticas à gestão anterior em áreas como saúde, educação e meio ambiente e disse assumir o governo "sobre terríveis ruínas".

Ainda na manifestação no Parlamento, afirmou que a democracia foi a grande vitoriosa nas eleições de 2022, com uma frente democrática superando "a maior mobilização de recursos públicos e privados que já se viu", em referência à campanha de Bolsonaro. "Apesar de tudo, a decisão das urnas prevaleceu graças a um sistema eleitoral. Foi fundamental a atitude corajosa do poder Judiciário, especialmente do TSE, para fazer prevalecer a verdade das urnas sobre as violências de seus detratores".

Subida da rampa

Após ser empossado no Congresso, Lula subiu a rampa do Palácio do Planalto, em Brasília, acompanhado do cacique Raoni Metuktire, de 90 anos, líder do povo Kayapó, do menino Francisco Carlos do Nascimento e Silva, do professor Murilo de Quadros Jesus, da vigília Jucimara Fausto dos Santos, do influenciador da inclusão Ivan Vitor Dantas Pereira, do metalúrgico Weslley Viesba Rodrigues Rocha e da catadora Aline Sousa.

A primeira-dama Janja Silva, o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e sua esposa, Lu Alckmin, acompanharam Lula e o grupo na entrada do palácio. A cachorra vira-lata Resistência também subiu a rampa. Ela morava no acampamento de militantes do PT em frente à Polícia Federal, em Curitiba, e foi adotada por Janja quando o presidente estava preso na cidade, em 2018.

No discurso no Parlatório do Palácio, o presidente agradeceu os eleitores que combateram a "violência política" durante a campanha eleitoral e disse que vai governar para todos os brasileiros. "Vou governar para os 215 milhões de brasileiros e brasileiras, e não apenas para quem votou em mim. Vou governar para todas e todos, olhando para o nosso luminoso futuro em comum, e não pelo retrovisor de um passado", afirmou.

Pelotenses testemunharam a história

Uma multidão se aglomerou ao longo do gramado da Esplanada dos Ministérios, para acompanhar a cerimônia de posse e os mais de 60 shows programados para ocorrer até a madrugada de hoje, na programação do Festival do Futuro. Entre as milhares de pessoas, 52 pelotenses que deixaram a cidade de ônibus na noite quinta-feira (29) rumo a Brasília. Foram mais de 36 horas de estrada até a chegada à capital.

No grupo estava a funcionária pública municipal Rosângela Vieira Mendes, 50. Acompanhada do filho de dez anos, ela conta que começou a organizar a excursão para a posse um dia apóso resultado da eleição. "Lula venceu num domingo, na segunda-feira já criamos um grupo para a viagem e várias pessoas foram ingressando. Ligamos para a empresa de ônibus, reservamos. Viemos em um grupo de 52 pessoas de Pelotas com um princípio de solidariedade muito grande. Nosso intuito foi fazer parte desse momento histórico do Brasil, praticamente a retomada da democracia", diz.

Ao presenciar a posse do petista para o terceiro mandato, Rosângela se emocionou. "Foi lindo, um dia emocionante. Sou grata por tudo que vivemos aqui. A emoção de ver o povo de novo chegando ao poder com Lula é demais. Ao ver e ouvir muita coisa aqui, choramos de emoção.Foi um prazer ter trazido essas pessoas para Brasília viver esse momento histórico."


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