Siglas

Nomeação de antigo adversário movimenta xadrez político em Piratini

PSDB passou a integrar governo de Marcio Porto, do MDB; partidos disputam poder na cidade há décadas

Fotos: reprodução - Patrick (E) foi candidato a vice em chapa derrotada do PSDB; Marcio (D) foi eleito pelo MDB após 20 anos de jejum

Por Douglas Dutra
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A nomeação do advogado Patrick Pereira para a assessoria jurídica da Prefeitura de Piratini antecipou a movimentação política para as eleições municipais de 2024. A peculiaridade é o fato de Pereira ter sido candidato a vice-prefeito em 2020 pelo PSDB, adversário histórico do MDB, do atual prefeito Marcio Porto.

A disputa entre o PSDB e o antigo PMDB em Piratini é antiga. O grupo político liderado pelos tucanos esteve à frente do Executivo até 2020, deixando o MDB em um jejum de 20 anos, período em que emedebistas sempre estiveram em oposição ao governo. Enquanto isso, o PSDB esteve ao lado de siglas como PP, PDT e PSB. A atual aproximação entre tucanos e emedebistas repete o que acontece no cenário estadual, onde ambos estão no governo com Eduardo Leite e Gabriel Souza.

O MDB voltou ao poder com a eleição de Porto em 2020, vencendo o então prefeito Vitor Ivan Rodrigues (PDT), que buscava a reeleição, e o ex-prefeito Francisco Luçardo (PSDB), que tinha Patrick como vice, após os tucanos já terem rompido com os antigos aliados.

PT próximo, mas nega estar no governo
Outro fator que empodera o governo de Porto é o voto decisivo do PT na Câmara. O único vereador do partido, José Auri, articulou-se junto ao MDB para presidir a Casa, dando ainda mais força à maioria do MDB. Dos nove vereadores, quatro são emedebistas. O PP, com participação no governo, tem um vereador. O PDT, na oposição, tem três representantes.

O advogado Patrick Pereira releva o fator eleitoral em sua nomeação. Ele diz considerar que se trata de uma indicação pessoal do prefeito para compor o quadro técnico do governo. Já o presidente do PSDB, Alex Ulguim, diz avaliar que Porto vem fazendo um bom governo, não descartando diálogos para a eleição do ano que vem.

No MDB, o discurso é parecido: nomeação parte de critérios técnicos, não políticos. É o que sustenta o presidente da sigla e vereador Jimmy Carter Gonçalves. "A gente pensa primeiro em administrar com competência, com pessoas preparadas, habilitadas, o que faz com que a máquina ande com responsabilidade", diz. "Um técnico fazendo sua parte com excelência, a política vem como consequência", avalia.

Já o PT, que exerce a presidência do Legislativo, desconsidera que a parceria com o MDB na Câmara represente entrada no governo. O presidente Jovan Lima afirma que o partido tem conversado com outras agremiações, como o MDB e o PDT, e deve construir parceria visando encabeçar uma chapa à prefeitura em 2024. Segundo Lima, a expressiva votação em candidatos do PT em 2022 leva o partido a assumir papel de liderança. No segundo turno da disputa presidencial, Lula teve quase 63% dos votos em Piratini.

O presidente do PDT, vereador Sergio Castro, avalia que o partido é o único totalmente na oposição ao governo, mas é otimista quanto ao pleito de 2024. "Ainda vai ter um revés. Para as próximas eleições, eu conto que o Progressistas e o PT vão com a gente. Embora o momento seja de dúvidas, ainda conto com isso", diz.

Histórico
Antes de 2020, a última ocasião em que o MDB governou Piratini foi entre 1996 e 2000, com o prefeito Paulo Borges. Em 2000, a coligação encabeçada pelo PSDB elegeu o prefeito Francisco Luçardo, que se reelegeu em 2004 e deixou Vilso Gomes, também do PSDB, como sucessor por dois mandatos, entre 2008 e 2016. Em 2016, o então vice-prefeito Vitor Ivan Rodrigues, do PDT, foi eleito prefeito, mas acabou perdendo a reeleição em 2020 para Marcio Porto.

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