Por Anete Poll​
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Na edição do dia 15 de setembro, o DP publicou uma matéria sobre golpes aplicados em mulheres idosas em Pelotas. Um grupo de criminosos as atraia para uma sessão fotográfica gratuita e as coagia a pagamento, sem a entrega do material. Na época, a responsável pela 1ª Delegacia de Polícia, Angélica Marques, afirmou que o caso estava sendo investigado, afirmando que era uma situação grave, que envolvia muitas vítimas em condição de vulnerabilidade.

Após investigações, a polícia chegou a uma associação criminosa especializada na prática de crimes patrimoniais. A equipe da 1ª DP de Pelotas, após cumprimento de mandados de prisão preventiva, prendeu duas pessoas em Florianópolis (SC) e uma em Caxias do Sul. Conforme o delegado regional Márcio Steffens, as investigações comprovaram que os suspeitos, integrantes do grupo aplicaram golpes em diversas cidades do Rio Grande do Sul.

Coação
Os criminosos convenceram dezenas de idosas de que seriam presenteadas com um ensaio fotográfico. Após a realização do ensaio, com as tarefas previamente definidas, as vítimas eram coagidas a efetuar o pagamento do “serviço” prestado. Algumas vítimas foram impedidas de sair do local até coercitivamente realizarem o pagamento de expressiva importância; outras, obrigadas a entregarem seus cartões de crédito a um dos criminosos para que ele realizasse o pagamento da quantia que entendesse devida.

De acordo com o relato de uma das vítimas, um dos criminosos “enfiou as mãos no bolso do casaco que estava em outra peça e pegou o cartão”, referindo-se a forma como foi efetuado o pagamento. Acrescentou, ainda, que sentiu muito medo deles: “muito, muito nervosa, parecia que ia me dar uma coisa” e que, após o ocorrido, tem receio de sair de casa sozinha, modificando toda sua rotina em razão do trauma causado pelos criminosos, agressivos e intimidadores.

Alvos
Durante as diligências policiais foi possível concluir que os investigados ficavam nas ruas do centro de Pelotas, principalmente no calçadão, assim como na rua General Osório, esquina com a Sete de Setembro, captando novas vítimas, elegendo mulheres idosas, grupo de maior vulnerabilidade, como possíveis alvos.

No último endereço em Pelotas, os golpistas utilizaram o segundo andar de um prédio na rua Sete de Setembro, entre General Osório e Marechal Deodoro, deixando de pagar inclusive o aluguel durante os últimos meses e saído do local sem avisar o proprietário. No local, as mulheres eram abordadas e levadas para dentro do imóvel, onde havia outros integrantes do grupo. Após serem maquiadas, penteadas e passarem pela sessão de fotos supostamente gratuita, as vítimas recebiam uma conta cujo valor variava entre R$ 600 e R$ 3 mil. Constrangidas pelo grupo de golpistas, só conseguiam deixar o local após o pagamento. Muitas das pessoas abordadas relataram ter sido coagidas a aceitar a oferta e seguir os golpistas até o interior do prédio.

Todos os investigados possuem antecedentes policiais por delitos patrimoniais, tais como crimes de furto qualificado, estelionato, extorsão, dentre outros. Todos já foram conduzidos ao sistema prisional.
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