Durante operação realizada pela Defesa Civil de Rio Grande, no último final de semana, mais de cem animais, entre espécies marinhas e aves, foram encontrados mortos na orla da praia do Cassino e do Hermenegildo, em Santa Vitória do Palmar. A operação em um trecho de mais de 178 quilômetros faz parte dos protocolos de monitoramento da gripe aviária, entretanto, os exames de constatação da doença ainda não foram realizados nas carcaças. Desde o primeiro caso registrado em maio, o Estado contabiliza quatro focos confinados do vírus HSN1.

Entre as duas praias, foram localizados diversos animais como toninhas, tartarugas, leões marinhos, pinguins, aves e peixes em geral. De acordo com o ordenador da Defesa Civil do Município, Rudimar Machado, o maior número de cadáveres foram localizados no Cassino. "Saímos dos Molhes da Barra e fomos até a praia do Hermenegildo", relata. Os casos registrados serão repassados aos órgãos públicos responsáveis pelo monitoramento, como o Ministério e a Secretaria de Agricultura do Estado, assim como a Secretaria de Meio Ambiente e Ibama. Até o momento, os exames de identificação da doença ainda não foram realizados. Posteriormente será efetuado o enterro dos animais.

A suspeita da gripe aviária como causa das mortes é voltada principalmente aos leões marinhos. Conforme a bióloga do Centro de Recuperação de Animais Marinhos (CRAM), Paula Canabarro, nesta época do ano é comum carcaças serem encontradas nos trechos de monitoramento. "E não necessariamente relacionados à gripe aviária", pondera. Ela explica ainda que, sobre as tartarugas, por exemplo, não há nenhum registro no mundo sobre a incidência do vírus HSN1. "Então essas mortes são decorrentes de outras razões", garante. Da mesma forma, de acordo com os dados históricos da Furg, é comum que neste período toninhas sejam encontradas sem vida na beira das praias. "O foco são os leões e lobos marinhos que estão dentro dos focos de gripes no Cassino e em Santa Vitória".

A gripe aviária no Estado

Os primeiros registros de mamíferos marinhos infectados ocorreram em outubro. Até o momento, 891 mamíferos marinhos doentes ou mortos foram localizados no litoral gaúcho. A maioria dos casos se concentra nos municípios de Santa Vitória do Palmar, Rio Grande e São José do Norte.

De acordo com a Secretaria de Agricultura do RS, a Serviço Veterinário Oficial acumula 6.512 ações de vigilância ativa desde janeiro, com estimativa de 7,06 milhões de aves observadas, além de 4.456 ações de educação sanitária, com alcance estimado de três milhões de pessoas. A vigilância passiva recebeu 203 notificações de casos suspeitos, com colheita de amostras em 51 dessas ocorrências e quatro casos confirmados. Nenhum desses casos são de aves de produção - o que mantém o status sanitário do Estado e do País.