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Com prédio interditado, escola de Jaguarão terá aulas na Unipampa

Após quase dois meses sem aulas presenciais, a universidade cedeu um espaço para que os alunos do Cecar retornem às atividades

Divulgação - situação. Estrutura do prédio está em péssimo estado e oferece riscos

Por Victoria Meggiato
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O Colégio Estadual Carlos Alberto Ribas (Cecar), em Jaguarão, segue interditado desde o dia 1º de setembro. As atividades no local não têm previsão de retorno em razão das condições precárias em que o prédio se encontra. Após quase dois meses sem aulas presenciais, a Universidade Federal do Pampa (Unipampa) cedeu um espaço para que os alunos possam retomar as atividades. Essa é a quarta vez nos últimos anos em que a escola apresenta problemas e precisa ser fechada.

Desde que as atividades pararam, a Unipampa se disponibilizou em ceder salas para que os alunos voltassem a ter aulas presenciais. Por questões burocráticas, a demora foi grande, e a previsão é de que somente hoje os estudantes comecem a frequentar o local. “Foi feito um protocolo de intenções já com a autorização da reitoria da Unipampa para que os alunos pudessem ingressar a partir da quinta-feira (19). Só que em virtude da organização que era necessária, reunião com professores e pais para explicar como funcionaria, as aulas irão começar na segunda-feira”, afirma Silvia Gonzalez, procuradora geral do Município. Durante os quase dois meses sem aulas, os alunos receberam apenas materiais em uma plataforma virtual.

Silvia, que é mãe de quatro alunos da escola, conta que, apesar de todos os esforços da direção da escola para não prejudicar ninguém, nem todos tiveram aulas online. “Os alunos faziam as atividades em casa e depois era feita a correção. A escola também conseguiu uma sala na Biblioteca Pública e de vez em quando tinham algumas reuniões presenciais de uma hora e meia por turma, em virtude de ser só uma sala e ela ser menor do que as turmas.”

Em 2022, o Município ingressou com uma ação contra o Estado para que a obra de contenção fosse realizada na escola, com objetivo de proteger as pessoas que frequentavam o local e também quem mora próximo ao prédio. Silvia relata que a cidade ganhou uma liminar, mas que o Estado ainda não tomou nenhuma atitude. “Também tem uma ação do Ministério Público, que além da obra emergencial, pediu o restauro. Foi feita uma audiência em que o Estado se comprometeu a começar as obras até no máximo dia 15 de novembro, mas até agora não vimos nenhum movimento.”

Incertezas para os pais e alunos do Cecar

Para a comunidade escolar, o momento é de apreensão e dúvidas. Tatiana Costa, mãe de dois alunos do Cecar, afirma que a falta de aulas presenciais afeta diretamente os pais e estudantes. “Os pais que trabalham se veem sem ter com quem deixar os filhos. A ausência de convívio social também traz aspectos muito negativos, crianças e jovens precisam conviver, é no ambiente escolar que desenvolvem sua identidade, constroem novos valores, assumem novas atitudes, isso eles perderam mais uma vez.”

Ela ainda expõe o sentimento de impotência e frustração que tem tomado conta de todos ultimamente. “Há uma demora que beira o descaso com a Educação, não vemos por parte do Estado a agilidade que era esperada nessa situação, são mais de 500 alunos sem aulas presenciais e com aulas remotas de forma muito precária. O Cecar é uma unidade, uma escola tradicional, reconhecida pelas avaliações positivas”, finaliza.

O que diz o governo do Estado

Em nota, a Secretaria de Educação do Estado (Seduc) informou que os alunos do Colégio Estadual Carlos Alberto Ribas passarão a ser atendidos de forma presencial em um prédio da Unipampa, a partir de hoje.

Também afirmou que, em 17 de agosto de 2023, a Secretaria de Obras Públicas (Sop) realizou vistoria técnica na instituição de ensino para verificar os problemas estruturais. Nesta vistoria, foi identificada a necessidade urgente de estabilização das fachadas lateral esquerda e frontal. A partir daí, foram elaborados os elementos técnicos (projeto e orçamento) referentes à estabilização e a substituição das telhas. O processo encontra-se na Seduc para o procedimento de dispensa de licitação e de contratação de empresa especializada.

A Secretaria de Obras Públicas está desenvolvendo também as diretrizes e o Termo de Referência para a contratação de empresa especializada, visando a elaboração de projeto de restauro do imóvel tombado.

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