Rio Grande 287 anos
Inovação e tecnologia à serviço da comunidade
Desenvolvimento rio-grandino e da economia azul passam pela criação de novas ideias, muitas delas nascidas no Oceantec
Foto: Jô Folha - DP - Rio Grande possui inovação como pilar e trilha um caminho em direção ao futuro
Na Zona Sul, vive, cresce e se desenvolve a cidade mais antiga do Rio Grande do Sul. Berço de uma beleza natural e um desenvolvimento econômico característicos da cidade, Rio Grande completou, na última semana, 287 anos. Neste especial de aniversário, o Diário Popular explora alguns dos aspectos que fizeram parte da história e fazem parte do futuro da comunidade rio-grandina.
Caderno Rio Grande - Segunda reportagem
Se engana quem pensa que, por ser a mais antiga do Estado, a cidade de Rio Grande vive só de histórias e passado. Sede da Universidade Federal do Rio Grande (Furg), que figura entre as melhores do Estado e até do País em diversos rankings, o Município também trilha um caminho em direção ao futuro.
O Oceantec, parque tecnológico de Rio Grande vinculado à Furg, é prova disso. Com quatro empresas sediadas no parque e outras dez incubadas, são diversos os segmentos abrangidos, como automação, robótica, ciência de dados e biotecnologia. "Nosso objetivo é poder escoar toda a geração de conhecimento na Universidade e transformar isso em negócios, também diversificar a matriz produtiva de Rio Grande. A gente queria trazer inovação para diversificar e acho que estamos conseguindo", diz o diretor do parque, Artur Gibbon.
De portas abertas desde 2017, o parque recebeu, em 2023, investimentos federais de cerca de R$ 11 milhões. Para Gibbon, há muito potencial de inovação e tecnologia para ser explorado em Rio Grande. "Se olharmos para 2024 e 2014, vejo que a gente avançou, mas ainda há muito a fazer. Rio Grande tem um DNA empreendedor que precisa ser resgatado. Temos geração de conhecimento de alto nível, empresas importantes, estruturas de desenvolvimento econômico", observa.
Saneamento digital
Nascida dentro do Oceantec e hoje já consolidada no mercado, a Augen é uma das empresas sediadas no parque que mostra o potencial da inovação rio-grandina. Com destaque nacional, prêmios conquistados e um investimento de R$ 4 milhões do Fundo Govtech em 2023, a empresa tem um objetivo: levar a transformação digital ao sistema de saneamento. "Trabalhamos com tecnologia e automatização de sistemas para otimizar e aprimorar o tratamento de água. Com nosso equipamento, de uma central de comando, o próprio operador pode analisar todos os parâmetros do processo digitalmente", resume a supervisora do setor de química, Ana Munaretto.
Um dos sócios relembra que a empresa surgiu em um desafio de inovação em 2018 e se transformou em negócio, hoje atendendo clientes como Corsan, Sanep, Petrobras e Sabesp. "Os equipamentos são produzidos e projetados por nós e são bem modernos. É difícil encontrar no mercado coisas semelhantes", comenta Moisés Borges. "Queremos realmente colocar o setor de saneamento, que é tão importante, na era digital", complementa o outro sócio e também professor da Furg, Fabrício Santana, que estima um crescimento de 300% no faturamento da Augen em 2024, totalizando cerca de R$ 21 milhões.
Economia azul
Citada por Gibbon, a economia azul, voltada para o desenvolvimento sustentável de recursos pesqueiros, é um dos focos não só das ideias que surgem no Oceantec, mas também do Grande Pacto pela Inovação, iniciativa lançada coletivamente pelo poder público, universidades e empresas em 2023 no Município. "O parque não está sozinho. Pelo contrário, quando se trabalha com inovação, a gente precisa de interação dos diversos atores envolvidos. O Grande Pacto faz isso, materializa essa interação. É o início da caminhada", diz Gibbon, que também é um dos coordenadores da iniciativa.
O Grande Pacto, segundo ele, incentiva novas possibilidades, mudanças na cultura local e um ambiente mais empreendedor nesse sentido. Dentro do Oceantec, três startups já trabalham com a economia azul. "Isso sempre foi algo muito forte dentro da Furg e na cidade. Queremos, em 2024, fazer um hackathon específico em economia azul e promover novas ideias e projetos de produtos tecnológicos com foco na economia azul", garante Gibbon.
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