Na Zona Sul, vive, cresce e se desenvolve a cidade mais antiga do Rio Grande do Sul. Berço de uma beleza natural e um desenvolvimento econômico característicos da cidade, Rio Grande completou, na última semana, 287 anos. Neste especial de aniversário, o Diário Popular explora alguns dos aspectos que fizeram parte da história e fazem parte do futuro da comunidade rio-grandina.

Caderno Rio Grande - Terceira e última reportagem

No "pátio de casa" dos rio-grandinos, a imensidão de areia e mar da maior praia do mundo. Atualmente com mais de 50 mil habitantes, a praia do Cassino vê esse número triplicar anualmente com a chegada do verão, reflexo do imenso patrimônio natural e potencial turístico do local.

O potencial do balneário é destacado pelo secretário de Município do Cassino, Régis Rodrigues. "Rio Grande é uma cidade importante para o RS, com muitas coisas que outras cidades gostariam de ter e não tem, em especial o Cassino. Temos a maior praia do mundo, que tu consegue chegar de carro na beira do mar, fazer churrasco, jogar futebol, confraternizar com amigos", exemplifica.

Para Rodrigues, que assumiu o cargo à frente da secretaria na última semana, afirma que essa importância fortalece a busca por melhorias, objetivo da equipe e do trabalho que começou nesta semana. "O Cassino é de uma relevância gigante para o Município, porque atrai turistas ao natural. Por óbvio temos que melhorar nossa infraestrutura, melhorar as condições para que o turista chegue até aqui. Rio Grande tem um potencial gigante com nosso balneário e tem muito a crescer", diz.

Desafios ambientais

As riquezas naturais rio-grandinas vão além da praia do Cassino e estão interligadas não só com o turismo, mas também com a pesca, as movimentações portuárias e a indústria. Cenário esse que representa um grande desafio para as autoridades. "O mais difícil em todos os centros urbanos é conseguir desenvolver a cidade e, ao mesmo tempo, não deixe de olhar sobre a parte ambiental. Os atributos naturais têm que ser vistos como formas de potencializar o desenvolvimento da cidade", resume o secretário de Meio Ambiente, Pedro Fruet.

Ele destaca a criação da Política Municipal de Meio Ambiente e Sustentabilidade, a revisão da Lei do Licenciamento Ambiental, o Plano Municipal de Arborização Urbana e a recente oficialização do Parque Natural Municipal como avanços importantes das políticas públicas ambientais. "Tem que saber o que a cidade suporta ou não a partir da técnica. Temos um mosaico de unidades de conservação que ajudam na composição do nosso território [Banhado do Maçarico e Taim, por exemplo]. Estamos caminhando. Tem várias coisas para colher ali na frente", observa Fruet, acrescentando que estão sendo destinados esforços para o incentivo ao ecoturismo e turismo de baixo impacto ambiental no Município.

Lar, também, para os animais

Para além dos habitantes humanos, Rio Grande também é casa de uma rica biodiversidade, onde costumam aparecer animais como o elefante-marinho, espécie que neste verão chamou a atenção da população à beira da praia. Não por acaso, é da Furg o centro pioneiro e de referência no acompanhamento e tratamento destes animais no Brasil. O Centro de Recuperação de Animais Marinhos (Cram), que completou 50 anos de atividades em janeiro, reabilita, por temporada, cerca de 400 animais de diversas espécies como tartarugas, pinguins e leões-marinhos e trabalha na preservação dos ambientes marinhos.