Clima

Sem chuvas, Zona Sul já sente impactos da seca

De acordo com o Agromet, foram registrados menos de 100 milímetros de chuvas em Pelotas neste ano

Foto: Jorge da Silva - Santa Bárbara está 0,41 metro abaixo do vertedouro e não há previsão de desabastecimento

99 milímetros. Segundo o Laboratório de Agrometeorologia da Embrapa Clima Temperado (Agromet), essa foi a quantidade de chuva registrada neste ano em Pelotas. No Município, já é possível ver, em muitas localidades, grama e árvores sofrendo os impactos da seca. Entretanto, a situação ainda não impactou no agronegócio. O momento gera alerta à região Sul no geral, mas a previsão de chuva na próxima semana tranquiliza os setores mais afetados.

Em Pelotas, ainda não há impactos registrados no agronegócio. "Nós ainda não temos perda, não temos impacto, nada ainda. Na semana que vem tem uma chuva prometida" salienta o chefe do Escritório Municipal da Emater, Francisco Arruda. De acordo com ele, se essa chuva não se concretizar, os problemas irão começar a aparecer. "Em algum local que não choveu, a soja está sentindo um pouco, mas os açudes estão cheios, está tudo cheio", destaca.

Prejuízos pela região

Em Rio Grande, já é possível notar os impactos em certas localidades. "Na ilha do Leonídio o problema é mais grave. Já está faltando água para o abastecimento de algumas residências", diz o Secretário de Agricultura e Pesca do Município, Bercílio Silva. Para ele, a situação irá melhorar com as chuvas que se aproximam. "É necessário chover nas próximas semanas. Se não, já se consolidam prejuízos nas lavouras", aponta.

No agronegócio, alguns setores já sofrem. O Engenheiro Agrônomo e Extensionista Rural da Emater regional, Evair Ehlert, explica que a falta de chuvas regulares nas últimas semanas impacta de forma imediata na produção de hortaliças em geral. "Os olericultores já necessitam irrigar com maiores quantidades de água e com mais frequência, objetivando manter o solo sempre com boa umidade e tentando suavizar as temperaturas nos locais de produção das hortaliças".

Quanto às frutas, as principais impactadas atualmente são as melancias, melões e figos, que não possuem suporte de irrigação. "As plantas começam a murchar pela falta de umidade ideal nos solos, acarretando na redução do tamanho dos frutos", diz Ehlert. Quanto aos grãos, a soja já está sendo impactada. "As plantas de soja têm seu desenvolvimento prejudicado, reduzindo tamanho e engalhamento das plantas", afirma.

De acordo com a Associação dos Municípios da Zona Sul (Azonasul), existe um trabalho que está buscando prevenir as propriedades rurais, para que a falta de chuvas não afete os locais. O programa de cisternas vai beneficiar 209 pequenas propriedades da Zona Sul.

Chuva deve chegar nos próximos dias

O meteorologista da Sigma Meteorologia, Fernando Rafael explica que o verão é um período mais complicado em razão das chuvas irregulares. Entretanto, depois dos dias de altas temperaturas, os próximos devem ter uma mudança. "Essas altas temperaturas ainda devem continuar neste sábado (10), que também já deve começar a ter uma condição típica de verão, de algumas pancadas de chuva de forma muito irregular e bastante isolada na região", explica.

Entre domingo e segunda-feira, uma frente fria deve chegar na região, trazendo chuva mais generalizada e regular, com condição para temporais. "Os prognósticos meteorológicos têm mostrado um cenário de 40 a 60 milímetros, em média, pela região durante esse período".

O restante do mês de fevereiro, segundo ele, será mais seco, com chuvas abaixo da média. Em março, as perspectivas meteorológicas apontam para chuvas ainda irregulares.

Pelotas está preparada para eventos climáticos, diz Sanep

De acordo com o Serviço Autônomo de Saneamento de Pelotas (Sanep), Pelotas está sempre em alerta no que diz respeito aos eventos climáticos e suas consequências sobre o saneamento básico. Contudo, hoje, felizmente, a situação é diferente do último mês de fevereiro. Para efeitos de comparação e referência, o nível da barragem Santa Bárbara no mesmo momento, em 2023, era de 2,19 metros negativos. Atualmente é de 0,41 metro abaixo do vertedouro. Também não foi registrado neste verão, até o momento, a salinização do arroio Pelotas, problema que inviabiliza o tratamento pela Estação de Tratamento Móvel do Laranjal.

A autarquia afirma que monitora constantemente os níveis dos mananciais e de qualidade da água bruta para tratamento e está preparada para os possíveis eventos climáticos para que Pelotas passe por mais um verão sem registrar desabastecimento.

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