Arte

Artesãos da região devem contar com catálogo digital

Trabalho será resultado de projeto-piloto do Núcleo de Economia Solidária e Incubação de Cooperativas, da UCPel

Foto: divulgação - DP - Catálogo reunirá artesãos de Pelotas, Rio Grande, São Lourenço, Piratini e Jaguarão

Por Michele Ferreira
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Um catálogo digital deve ser lançado em 2023 com peças produzidas por artesãos de cinco cidades da Zona Sul. Profissionais de Pelotas, Rio Grande, São Lourenço do Sul, Piratini e Jaguarão entraram no radar do Núcleo de Economia Solidária e Incubação de Cooperativas, da Universidade Católica de Pelotas (Nesic-UCPel) e participaram, inclusive, de oficinas de fotografia. Tudo para ajudar a qualificar o processo de venda.

A demanda surgiu dos próprios trabalhadores que, com a pandemia, esbarraram em dificuldades para lidar com ferramentas digitais que garantissem a divulgação dos produtos. Agora, os artesãos possuem mais conhecimento para tirar o melhor rendimento das imagens feitas com o uso de seus prórios celulares. Luminosidade, enquadramento e preparação do cenário foram algumas das orientações, sem falar em dicas simples como limpar a câmera.

“Com esse projeto-piloto, os artesãos passaram a ter livre acesso a um banco de fotos, com drive aberto e, em 2023, criaremos um catálogo digital”, destaca o coordenador do Nesic, Tiago Nunes.

Atividade é a principal fonte de renda
O projeto Catalogação do Artesanato da Região Sul do RS não tem a pretensão de mapear todos os artesãos dos cinco municípios. O levantamento leva em conta a atuação de profissionais que já estão vinculados a grupos de Economia Solidária, seja na etapa de produção ou de comercialização dos artigos. Todos esses trabalhadores - a grande maioria mulheres - têm a atividade como fonte de renda principal.

Em Jaguarão, como era de se esperar, os produtos têm conexão direta com a região de fronteira com o Uruguai e relação com o Pampa; destaque, portanto, às criações em madeira, lã crua, crochê, macramê e feltro, além de licores. Em Rio Grande é a ligação com a pesca que está diretamente relacionada ao artesanato - conta o professor da UCPel.

Em São Lourenço do Sul, o Caminho Pomerano torna-se combustível para os artesãos soltarem a imaginação em produtos como os bordados. Já em Piratini, o diferencial tem sido a arte quilombola. E, em Pelotas, itens que remetem ao Centro Histórico - pelo qual a cidade é conhecida dentro e fora do Estado - são alguns dos vários exemplos para que a arte local possa romper barreiras e chegar longe.

Saiba mais
O trabalho desenvolvido pelo Nesic em parceria com os trabalhadores da região conta com a participação de professores e estudantes de vários cursos de graduação, como Serviço Social, Comunicação, Direito, Psicologia e Filosofia. Integrantes do Programa de Pós-Graduação em Política Social e Direitos Humanos também participam.

Olhares individuais, mas interesses coletivos
A experiência como professora, secretária de Educação e vereadora de Jaguarão fez com que a artesã Roseli Calvetti se tornasse uma das porta-vozes da região para o Nesic auxiliar o grupo a qualificar o processo de vendas virtuais. “Costumamos ter dificuldade de divulgação”, admite. Mas faz questão de lembrar que, atualmente, 14 profissionais fazem parte da Casa de Economia Solidária, a Casa Ecosol, e juntos têm conquistado feitos importantes como participar de feira em Rosário, na Argentina.

“Estamos em um município reconhecido pela beleza de seus pontos turísticos”, orgulha-se ao referir-se à Cidade Heróica. Ao mesmo tempo, faz questão de mencionar particularidades da zona de fronteira, como as peças em lã confeccionadas em jacquard, técnica transformada em patrimônio imaterial.

Aliás, é justamente do gosto que a mãe Aracyl e a tia Marina alimentavam pelo artesanato que Roseli Calvetti também aprendeu a amar o ofício, ainda que ele só tenha recebido espaço na vida profissional nos últimos anos. Hoje há, inclusive, ateliê em casa e as fotos de belezas de Jaguarão, não raro, ganham a técnica com vidro líquido. Quadros, bandejas, chaveiros, porta-copos… Não faltam versões para chamar a atenção de visitantes e também dos moradores.

Com redes sociais à disposição e orientação técnica para ampliar o mercado - além do catálogo digital para expor as produções -, a projeção é de que 2023 possa ser de negócios em alta.​

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