Trajetória

Avendano Jr e o Regional homenageados em três atos

Programação do Festival Sesc de Música apresenta nesta quarta-feira espetáculo que relembra o legado do cavaquinista pelotense

Divulgação DP - Clube do Choro começou a atuar há nove anos

Avendano Júnior: a tradição do choro em Pelotas, atração deste quarta-feira (25), às 20h30min, no Theatro Guarany, promete emocionar a plateia ao relembrar a trajetória do compositor e cavaquinista e, além das noites festivas no extinto bar Liberdade. No repertório do espetáculo, que integra a programação do 11º Festival Internacional Sesc de Música, estão composições do músico pelotense interpretadas por quem tocou com ele e pela nova geração de chorões. O show será transmitido pelo canal do festival no Youtube.

A proposta, com roteiro e direção de Alexandre Mattos Meireles e direção musical de Paulinho Martins, levará ao público um espetáculo em três atos repleto de referências culturais do município. A ideia é contar um pouco da história do homenageado, desde o seu início com o cavaquinho, na primeira parte, passando pelo Liberdade, no segundo momento. A apresentação conta ainda com a presença de remanescentes do Regional e de quem tocou com o homenageado, como Milton Alves, Possidônio Tavares e José Carlos Beauvalet.

O terceiro ato foca no legado dessa geração ao retratar as rodas de choro atuais, capitaneadas pelo Clube do Choro de Pelotas, iniciativa criada há nove anos. Participam do espetáculo o músico Paulinho Martins, Regional Avendano Jr., instrumentistas do Clube do Choro e outros convidados especiais.

No encerramento da noite os músicos vão interpretar Liberdade, composição que o cavaquinista fez para o local que ele mais tocou. Entre os convidados para este momento está o vice-prefeito Idemar Barz (PSDB), que vai sair um pouco da sua "zona de conforto" musical ao integrar este momento. "Não é a minha característica, mas eu toco alguma coisa de choro. Do repertório do Avendano Jr eu conheço algumas, mas não exatamente esses. Vai ser uma honra muito grande participar dessa homenagem e desse grupo maravilhoso", contou.

O saxofonista e professor da Universidade Federal de Pelotas, Rafael Velloso, explica que o Clube do Choro integra músicos de Pelotas, além de professores e alunos da UFPel. "O Clube reuniu esse grupo de músicos que já tocavam choro em Pelotas, como o Paulinho Martins, Gil Soares, Rui Madruga, Paulo Lima, o Julinho do Cavaco. O primeiro encontro que tivemos foi para reunir gerações", fala. A homenagem, que partiu da direção do Sesc local, nasceu desse movimento, que convidou Martins pra se apresentar. "E ele estendeu o convite para o coletivo, por isso o espetáculo vai ter muitos músicos", diz Velloso.

O projeto tem o apoio e contribuição do Grupo de Pesquisa em Música Popular da UFPel, que vem desenvolvendo diversas ações colaborativas com os músicos de Pelotas, tais como o Acervo do Choro de Pelotas, o 1º Fórum Estadual do Choro e a publicação, pela Editora UFPel, do Caderno do Choro de Pelotas. As ações do projeto podem ser acessadas pelo link: https://wp.ufpel.edu.br/choropelotas/.

Humildade e generosidade


Martins é um dos que tocou ao lado de Avendano e, algumas vezes, até o substituiu no Regional. Assim como o mestre, o também cavaquinista e compositor conheceu o músico em 1977, quando o Liberdade ficava ao lado da primeira Galeria. Na época Martins começava a formar o próprio regional de choro em Pelotas, quando lhe falaram sobre Avendano e seu regional.

Humilde, o cavaquinista era um agregador e um generoso "professor", que não escondia os conhecimentos dos interessados. "Era uma característica do Avendano, ele convidava todo mundo para ir na casa dele. O perfil dele era esse, de passar tudo que sabia. Eu já tinha começado a tocar cavaquinho, mas foi ele quem me passou todas as técnicas, alguns detalhes, até pela proximidade que tinha com Waldir Azevedo, de quem ele possuía todas as técnicas e tinha o maior prazer de passar para todo mundo", relembra Martins.

Essa generosidade em partilhar conhecimentos e esse acolhimento aos mais novos são qualidades que os organizadores do Clube do Choro levam adiante, inspirados pelo mestre. "Estamos tentando preservar essas características, é um legado para a cidade mesmo. Existe uma história muito rica do choro em Pelotas que eles mantiveram. A gente fala do Avendano, mas é ele e o Regional. Eles passaram 40 anos tocando no Liberdade, todas as sextas", comenta.

Martins que algumas vezes substituiu o cavaquinista, quando o Avendano ficou doente, tem na memória que tocar no Liberdade, por horas a fio, era tarefa que demandava esforço físico, o que aumenta ainda a admiração dele pelo Regional. "Deu pra ter uma ideia de o quanto era cansativo, do que foi a batalha deles em todo esse período."

Serviço
O quê:
concerto da Orquestra Jovem Sesc Brasil
Quando: quarta-feira (25), às 20h30min
Onde: Theatro Guarany, rua Lobo da Costa, 849
Ingressos: Para as apresentações no Theatro Guarany é necessária a retirada antecipada de ingressos na rua Lobo da Costa, 849, das 9h às 12h e das 13h30min às 18h30min. Quem não conseguir buscar com antecedência, pode tentar diariamente, às 19h, antes de cada concerto na entrada do teatro, onde haverá um número limitado de ingressos à disposição. Sugere-se a doação de 1kg de alimento não perecível por pessoa para o programa Mesa Brasil Sesc.




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