Evento

Com informalidade e alegria, cortejo apresenta o Festival do Sesc

Comunidade é convidada para a nova edição de um dos maiores eventos de música de concerto da América Latina

Fotos Carlos Queiroz - DP - Músicos animaram o público com composições populares

Um típico entardecer de verão com temperatura na casa dos 30º graus, desta segunda-feira (16) deu as boas-vindas para a 11ª edição do Festival Internacional Sesc Música, durante o tradicional cortejo musical. A ação abre informalmente o evento e faz um convite à comunidade para que prestigie os 12 dias de movimentação artística e cultural. A saída, por volta das 18h, foi do Largo Edmar Fetter do Mercado Central, onde o público esperava animado pelo primeiro acorde da primeira das mais de 60 atrações que se seguem diariamente até o dia 27 deste mês.

Músicos de diferentes naipes aceitaram o chamado do Festival e se uniram a este momento de pura descontração e improviso, algo pouco usual numa carreira em que a disciplina e o ensaio são fundamentais. Ó abre alas, marchinha escolhida para puxar o cortejo, não poderia ser mais apropriada para o momento. Na sequência mais composições populares em ritmo de Carnaval, como Asa Branca, animaram ainda mais a plateia que esperava ansiosa este evento.

O cortejo musical saiu pela Andrade Neves e seguiu até a Sete de Setembro, onde retornou pela 15 de Novembro ao Mercado. Ao lado dos músicos o público participou cantarolando, sorrindo e até dançando até a última nota. E o repertório, com canções como Mamãe eu quero, Maracangalha e Mulata Bossa Nova, foram um convite à descontração e à alegria.

A pandeirista Ana Rafaella Trentin, 18, de São Leopoldo, foi uma dessas musicistas que se integraram ao cortejo, sem mesmo um ensaio prévio. Estreante no evento, ela tinha tentando uma vaga em 2019, mas só agora conseguiu. A estudante do último ano do Ensino Médio integra um projeto social, o grupo de percussão Vida Com Arte, da sua cidade, e buscou no projeto do Sesc aprimoramento e até orientação profissional.

A jovem, que teve as primeiras aulas ontem, confessa que tinha medo de não conseguir se entrosar. "Tava muito preocupada porque, conversando com as pessoas, vi que a maioria está na pós-graduação, como eu ainda participo do projeto social fiquei com medo de não conseguir me enturmar, mas foi muito boa a primeira experiência."

Essa troca de vivências está sendo crucial para Ana Rafaella decidir se quer seguir carreira na música ou não. A contar pelo primeiro dia de Festival, a estudante diz que ficou muito entusiasmada em prosseguir os estudos com uma graduação na área da percussão.

Na plateia a arquiteta Anne Fernandes conta que faz o possível para participar da maioria das atividades do Festival. Anne, que atualmente é presidente do Conselho de Cultura e foi diretora do Sete de Abril, lembra de um evento precursor do Festival abrigado pelo Theatro. "A minha história com o Festival é anterior a ele, então a minha relação com ele é intensa."

Em Pelotas para acompanhar, pela primeira vez, o desenvolvimento do Festival, o Assessor Técnico da Diretoria de Programas Sociais do Departamento Nacional do Sesc, Erlei Araújo, diz que o evento pelotense se tornou referência para o Sesc no cenário nacional. "É um festival em que temos a oportunidade de ter três áreas em que o Sesc preza muito. Uma é a área de assistência, em que a gente atende alunos que vem de uma situação de vulnerabilidade social, que vem trabalhar a musicalização. Temos ainda o contexto educacional, além de movimentar a cultura da cidade. Por isso nós investimentos no Festival por ter essa potência e essa condição de entrega.", comenta.

Este ano gestores do Sesc de diferentes localidades também estão visitando o Festival com o objetivo de levar para suas bases referências de um projeto que deu certo. Araújo atribui aos pelotenses parte dessa experiência bem-sucedida. "Nada acontece se a comunidade não abraçar, a partir do momento que a comunidade se envolve com todo esse contexto, garante o fortalecimento do evento. Essa mobilização das pessoas ao redor desse festival garante esse sucesso", diz.

Símbolo de união

Nesta terça-feira (17) o público terá outras opções de recitais e concertos que irão ocorrer em locais como os hospitais Santa Casa de Misericórdia e Beneficência Portuguesa, Bibliotheca Pública Pelotense, Casa da Música e Paróquia Santa Terezinha. À noite o espetáculo de encerramento do dia ficará a cargo da Orquestra Mundana Refugi.

Este grupo pode ser considerado um símbolo de união entre os povos. A Orquestra Mundana Refugi é formada por músicos e musicistas de onze nacionalidades. Reconhecida pela Organização das Nações Unidas (ONU), reúne brasileiros, imigrantes e refugiados de diferentes partes do mundo, como China, Cuba, Congo, Síria e Turquia, entre outros. A iniciativa foi criada pelo maestro brasileiro Carlinhos Antunes, há 18 anos, em São Paulo.

Por meio da música os artistas conectam suas histórias pessoais e experiências profissionais. A multiplicidade também aparece no repertório, que traz composições oriundas dos países representados. Os arranjos originais ganham roupagem especial para orquestra e inclui instrumentos como alaúde, duduque, ronroco, charango e acordeon, por exemplo.


Audiodescrição

Um dos maiores eventos de música de concerto da América Latina, terá espetáculos com serviço de audiodescrição e tradução em Libras. Visando tornar as atrações ainda mais inclusivas, parte das apresentações culturais também contará com transmissão ao vivo pela internet, no site https://www.sesc-rs.com.br/festival/.

Dentre os concertos que contarão com a vídeo-transmissão, estão apresentações como a da Orquestra Sinfônica Acadêmica, às 20h30min do dia 22 deste mês, a da Orquestra Jovem Sesc Brasil, às 20h30min do dia 24, e a de homenagem à Avendano Junior, às 20h30min do dia 25.

Já o serviço de audiodescrição e tradução em Libras estará disponível em 14 atrações. Dentre elas, no recital de canto lírico, madeiras e piano apresentado no dia 17, às 19h, na Bibliotheca Pública Pelotense, e na apresentação da Orquestra Mundana Refugi, às 20h30min, hoje.

Além de prestigiar as atrações, os interessados também poderão acompanhar alguns ensaios abertos de músicos de renome que estarão em Pelotas. A Orquestra Mundana Refugi pode ser apreciada, no Theatro Guarany, às 15h30min. A Sphaera Mundi Orquestra, no Theatro Guarany, às 16h, amanhã. A Ópera Cavalleria Rusticana, no Theatro Guarany, às 15h30min, na quinta-feira. Já a Orquestra Acadêmica, no Palco Mercado Público, às 14h30min, do dia 27.

Programação 

Terça-feira (17)

9h30min _ Grupo de Cordas do Festival - Festival na Comunidade (Hospital Santa Casa de Misericórdia) ***

15h _ Grupo de Cordas do Festival - Festival na Comunidade (Hospital Beneficência Portuguesa) ***

15h30min _ Ensaio Aberto - Orquestra Mundana Refugi (Theatro Guarany)

18h30 _ Banda União Democrata - Festival na Comunidade (Casa da Música _ Largo de Portugal)

19h _ Recital de Canto lírico, Madeiras e Piano - Flávio Leite, André Carrara, Marcelo Barboza, Ovanir Buosi, Paulo Bergmann, Diego Grendene (Bibliotheca Pública Pelotense) - espetáculo com serviço de audiodescrição e tradução em Libras

20h _ Grupo de Cordas Sesc Minas Gerais - Festival na Comunidade (Paróquia Santa Terezinha)

20h30min _ Orquestra Mundana Refugi (Theatro Guarany) - espetáculo com serviço de audiodescrição e tradução em Libras

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