Veja fotos da partida, resultados de outros confrontos e ficha técnica ao fim da matéria.

Ficou tudo para o jogo de volta. Desfalcado, o Brasil não conseguiu abrir vantagem sobre o Patrocinense, neste domingo (30), na primeira partida da segunda fase da Série D do Brasileirão. O empate por 0 a 0 no Bento Freitas - que recebeu seu melhor público na competição - deixa o cenário em aberto para o duelo do próximo domingo, às 11h, no estádio Pedro Alves do Nascimento, em Patrocínio (MG).

Sem os suspensos Mário Henrique e Wellington, o Xavante também não contou com o técnico Rogério Zimmermann – igualmente cumprindo suspensão – à beira do gramado. O preparador físico João Beschorner ficou na área técnica e viu, em especial no primeiro tempo, o Rubro-Negro desperdiçar chances boas, com Rafael Costa, Guilherme Beléa e João Marcus. Na segunda etapa, a equipe perdeu ímpeto e o adversário cresceu, mas ninguém marcou.

> Tempo real: como foi Brasil 0 x 0 Patrocinense.

Sem salários, sem entrevistas

Após a partida, o gerente de futebol do Brasil, Luis Fernando Hannecker, atendeu a imprensa para informar que, em função da permanência do atraso salarial com jogadores, comissão técnica e funcionários, nenhum atleta ou profissional do clube concederia entrevista para falar do jogo diante do Patrocinense.

Em um breve comunicado, o dirigente agradeceu a presença da torcida e explicou as razões do silêncio, citando a latência da falta de pagamento. Conforme apuração, o elenco ainda não recebeu os salários referentes ao mês de junho, enquanto o atraso envolvendo comissão técnica e funcionários é ainda maior.

Amaral vira desfalque

Se durante a semana a principal dúvida da escalação do Brasil envolvia a dupla de volantes, já que havia três alternativas concretas para duas vagas, a lesão de Amaral – não informada pelo clube – dissipou essa interrogação. Consequentemente, Rogério Zimmermann colocou Chicão e Denis Germano no setor.

Além de Amaral, os suspensos Mário Henrique e Wellington também ficaram fora. Conforme o esperado, eles foram substituídos, respectivamente, por Laílson e Branquinho. Vale lembrar que sanções afetaram, ainda, a comissão técnica xavante: RZ e o auxiliar Gustavo Papa não puderam dirigir o time à beira do campo, e o preparador físico João Beschorner exerceu essa função. Rogério acompanhou a partida diretamente de sua sala, nas dependências da Baixada.

Xavante cria mais na etapa inicial

Lamentar ao fim do primeiro tempo não seria injusto por parte do torcedor do Brasil. Em um jogo muito equilibrado e disputado, com várias faltas na faixa central do campo, o Rubro-Negro gerou as melhores ocasiões antes do intervalo. Taticamente, a única troca relevante foi a passagem de Márcio Jonatan para a direita da linha de três meias-atacantes, com Branquinho entrando pela esquerda.

Logo aos três minutos, Beléa cruzou da direita e Rafael Costa, de cabeça, acertou o pé da trave esquerda do goleiro Cairo. O Brasil pressionava, mas em seguida o Patrocinense equilibrou as ações, chegando mais ao terço final do campo e exigindo atenção das duplas de zagueiros e de volantes do Xavante. Ainda assim, as principais oportunidades seguiram sendo do time de Rogério Zimmermann – ou, especialmente neste domingo, de João Beschorner.

Aos 13 minutos, Laílson – que atacou bastante durante o jogo – levantou da esquerda e Márcio Jonatan bateu de primeira. A bola desviou em Beléa, no zagueiro Matheus e saiu. Depois de um longo período com as defesas se sobressaindo, os minutos finais da etapa inicial tiveram outras chances a favor do Brasil. Uma finalização do volante Marinho, de dentro da área, aos 43, foi a única situação de certo perigo à meta de Marcelo Pitol.

Aos 38, Laílson cruzou, Branquinho raspou de cabeça e Beléa, sozinho na segunda trave, quase em cima da linha, desperdiçou. Quatro minutos mais tarde, Tony bateu falta e João Marcus subiu livre, dentro da pequena área. A cabeçada do camisa 3 teve força, mas não deslocou o goleiro, e Cairo espalmou para escanteio em grande defesa. Ao apito final do primeiro tempo, os capitães Rafael Dumas e Dante foram conversar com o árbitro baiano Dewson Freitas da Silva, que não agradou nenhum dos lados com a performance até aquele momento.

Adversário cresce na segunda etapa

O jogo continuou equilibrado depois do intervalo, porém o cenário se inverteu em relação ao primeiro tempo e o Patrocinense melhorou. A equipe do técnico Vitor Bill, de apenas 22 anos, conseguiu controlar melhor as ações ofensivas do Brasil. O time mineiro ganhou terreno e concluiu mais ao gol de Pitol – sem nenhuma ocasião clara.

Aos 14 minutos, João Marcus quase deu azar ao tentar afastar um cruzamento. O zagueiro do Xavante pegou de canela na bola e por pouco não marcou contra. Em escanteio, Anderson Recife cabeceou por cima e, depois, em chute de fora da área, isolou. Do outro lado, o Rubro-Negro parecia sentir o peso do desgaste físico. Vale lembrar que, na volta dos vestiários, Tony não apareceu – lesionado, ele cedeu lugar ao jovem Thiago Henrique e já virou dúvida para o jogo de volta.

Conforme o tempo ia passando, as bolas aéreas iam se tornando mais relevantes para os dois lados. Em qualquer falta da intermediária para a frente, Laílson era o encarregado de lançar na área. O Patrocinense, que viu quatro dos oito gols que sofreu serem anotados em jogadas aéreas, conseguiu se segurar bem – o Brasil, por enquanto, não marcou de cabeça nesta Série D.

Primeiro tempo

3’: Beléa cruza da direita e Rafael Costa desvia de cabeça no pé da trave esquerda do Patrocinense.
13’: Laílson levanta da esquerda e Márcio Jonatan pega de primeira, de canhota. A bola desvia em Beléa, no zagueiro e sai em escanteio, com perigo.
38’: Laílson cruza, Branquinho raspa de cabeça e Beléa, sozinho na segunda trave, quase em cima da linha, perde o gol.
43’: Marinho recebe de Léo Santos na área e bate por cima do travessão de Pitol.
47’: Tony cobra falta e João Marcus, livre na segunda trave, cabeceia forte, mas em cima de Cairo, que faz ótima defesa.

Segundo tempo

14’: Ronaldo cruza da direita e João Marcus, ao tentar afastar, quase marca gol contra.
15’: Willian Mococa cabeceia por cima do gol de Pitol após escanteio.
18’: Anderson Recife chuta de fora da área, também sem direção.
24’: Laílson cobra falta e Rafael Costa se antecipa à zaga, mas cabeceia por cima.

Operário (MT) abre vantagem

Com gol do atacante Pablo Thomaz, aos 17 minutos do primeiro tempo, o Operário, de Várzea Grande (MT), abriu vantagem mínima sobre a Portuguesa (RJ) no jogo de ida do confronto que definirá o rival do ganhador de Brasil e Patrocinense. O jogo de volta será no próximo sábado, às 16h, no estádio Luso-Brasileiro, na Ilha do Governador.

Ficha técnica

Brasil (0): Marcelo Pitol; Tony (Thiago Henrique – intervalo), João Marcus, Rafael Dumas e Laílson; Chicão, Denis Germano; Márcio Jonatan, Guilherme Beléa e Branquinho (Victor Jesus – 38’ 2T); Rafael Costa (Da Silva – 28’ 2T). Técnico: Rogério Zimmermann.

Patrocinense (0): Cairo; Ronaldo, Matheus, Dante e João Gabriel (Danilo – 30’ 2T); Anderson Recife, Marinho; Gleisinho (Rick Sena – 38’ 2T), Gui Campana (Anderson Kunzel – 30’ 2T) e Léo Santos (Italo – 38’ 2T); Willian Mococa (Caíque – 16’ 2T). Técnico: Vitor Bill.

Cartões amarelos: Márcio Jonatan, Denis Germano, Guilherme Beléa e Victor Jesus (B); Willian Mococa, João Gabriel, Léo Santos, Ronaldo e Rick Sena (P).

Árbitro: Dewson Freitas da Silva (BA).

Local: Bento Freitas.

Série D
Segunda fase
Jogos de ida

Sábado
Vitória (ES) 1 x 0 Ceilândia (DF)
Maranhão 2 x 3 Tuna Luso (PA)
Inter de Limeira (SP) 0 x 1 Caxias
Falcon (SE) 1 x 1 Sousa (PB)
ASA (AL) 1 x 0 Nacional de Patos (PB)
Camboriú (SC) 0 x 0 Maringá (PR)
Ferroviária (SP) 1 x 1 Hercílio Luz (SC)

Domingo
Parnahyba (PI) 2 x 0 Nacional (AM)
* Brasil 0 x 0 Patrocinense (MG)
* Operário (MT) 1 x 0 Portuguesa (RJ)
Brasiliense (DF) 0 x 2 Athletic Club (MG)
Pacajus (CE) 1 x 2 Retrô (PE)
Potiguar (RN) 1 x 0 Bahia de Feira (BA)

Segunda-feira
20h | Águia de Marabá (PA) x Atlético (CE)
20h30min | Democrata-GV (MG) x Anápolis (GO)
21h | Princesa do Solimões (AM) x Ferroviário (CE)

* O vencedor de Brasil x Patrocinense encara, nas oitavas de final, quem avançar entre Operário (MT) e Portuguesa (RJ).