Vem de Cuccurano, na Itália, uma lembrança de quem foi protagonista da única vitória do Brasil na Arena sobre o Grêmio. Autor do gol do triunfo por 1 a 0 em 11 de fevereiro de 2015, o artilheiro Nena, hoje com 42 anos, se mudou para a Europa e vive nova fase após pendurar as chuteiras. O ex-camisa 9 do Xavante recorda com carinho daquele jogo, um dos vários marcantes de sua passagem pelo Rubro-Negro.

“Ficou uma lembrança boa. Sempre quando a gente posta aqueles tbt [postagens de memórias pessoais em redes sociais], a gente tenta lembrar daquele gol. É uma época em que o Brasil estava em uma crescente. Vínhamos fazendo grandes jogos. Foi um ano inesquecível. A gente estava brigando pela liderança. Fizemos um jogo bem concentrado, bem do jeito que o Rogério [Zimmermann] gostava, e fomos felizes”, diz Nena ao Diário Popular.

No próximo domingo, às 18h30min, o Xavante precisará repetir o feito de nove anos atrás. Se naquele contexto a vitória serviu para o time assumir a liderança da primeira fase do Estadual após quatro rodadas, desta vez o triunfo é necessário para avançar às semifinais. Perguntado sobre as principais qualidades que levaram o Brasil àquele 1 a 0, o ex-atacante enfatiza a importância do aspecto mental.

“Tem que estar bem concentrado no dia do jogo. Cabeça focada totalmente na equipe do Grêmio. Esquecer a torcida [adversária]. Naquele dia, o barulho da torcida nem fazia efeito para nós de tão concentrados que estávamos. Tanto que o Grêmio nem teve muitas chances de gol”, comenta. O tento de Nena saiu aos quatro minutos do segundo tempo, após escanteio cobrado por Rafael Forster. O artilheiro desviou para as redes de pé direito.

“Virei um xavante”

Autor de 29 gols, Nena foi essencial para a ascensão nacional do Rubro-Negro. Além de ter garantido a última vitória do clube sobre o Grêmio, o matador colecionou lances memoráveis. Marcou em um clássico Bra-Pel na Boca do Lobo; levou a decisão do acesso à Série C, diante do Brasiliense, aos pênaltis; com gol de cabeça, forçou uma partida de volta pela Copa do Brasil contra o Flamengo, encaminhando os xavantes ao Maracanã. Fez história.

“Sempre quando dá, vejo um jogo do Brasil. Virei um xavante. A gente fica na torcida. Faz tempo que não vejo gente ligada ao clube. De vez em quando ainda falo com alguns jogadores e recebo mensagens da torcida”, conta o ex-camisa 9. Após deixar o Bento Freitas, ele passou por Ituano, Manaus, Esportivo, Penarol (AM), Portuguesa Santista, Guarani de Venâncio Aires e Santa Cruz. Se aposentou em 2022, aos 40 anos.

“Estou curtindo bastante meu neto. A gente nunca perde essa referência que é o Brasil. [...] Que o Brasil volte a estar nas torres, disputando a Série B, onde a gente deixou o clube”, completa Nena, ou só Ygor da Silva, hoje um xavante em terras italianas.

Grêmio 0 x 1 Brasil
11 de fevereiro de 2015

Grêmio: Marcelo Grohe; Rafael Galhardo, Rhodolfo, Erazo e Marcelo Oliveira; Walace (Júnior), Fellipe Bastos, Lincoln, Douglas (Paulinho) e Everton (Everaldo); Marcelo Moreno. Técnico: Luiz Felipe Scolari.

Brasil: Eduardo Martini; Wender, Cirilo, Fernando Cardozo e Rafael Forster; Leandro Leite, Washington, Felipe Garcia (Ricardo Schneider), Márcio Hahn (Galiardo) e Alex Amado; Nena (Gustavo Papa). Técnico: Rogério Zimmermann.