Com um pouco mais de uma semana desde que a nova Direção Executiva assumiu o comando do Grêmio Esportivo Brasil, o vice-presidente financeiro, Vilmar Xavier, conversou com o Diário Popular sobre o atual cenário xavante. O dirigente é direto quando perguntado como está o momento financeiro do clube. “A situação é péssima. Isso é sabido por todo mundo que são péssimas. A gente recebeu zero em caixa. Dívidas, credores e parcelamentos grandes. Estamos correndo atrás”, disse. 

Vilmar relata que como a Direção recém assumiu, muitos credores reapareceram cobrando dívidas. O vice também conta que sabiam bem a situação do clube quando assumiram, mas que diariamente surgem novos problemas. “Sempre aparecem coisas novas. Desde que assumimos já fomos surpreendidos com duas ou três ações na Justiça em menos de uma semana, com valores altos”, lamenta. 

“O nosso projeto é recuperar a credibilidade do clube. [...] Isso é o nosso grande projeto. O nosso mandato é tampão, é só de um ano, até setembro do ano que vem. Então, se a gente recuperar a credibilidade do clube, nosso projeto vai ser realizado”, completa o vice em entrevista para o DP. 

Com pouco mais de uma semana de gestão, o dirigente diz também estar recebendo apoio de várias pessoas, o que ajuda a encarar o desafio mesmo em um cenário de dificuldades. “O que anima é que o torcedor, o associado, a comunidade de Pelotas está nos recebendo muito bem. Dando incentivo, prometendo ajuda, apoio de trabalho, da maneira que podem ajudar estão ajudando. Isso que anima a seguir o barco”, afirma. 

Acordo com jogadores 

Antes de focar exclusivamente na próxima temporada, a Direção Executiva ainda precisa tratar de assuntos da antiga gestão. Vilmar confirma que estão conversando com os jogadores que ainda não fecharam acordo.

“Tem aqueles acordos com os jogadores desta temporada. Diversos ficaram sem receber dois, três meses de salários. Ainda não concluímos os acordo com todos ainda, mas faltam bem poucos. Desde que assumimos estamos procurando, tentando montar o cronograma de pagamento pra tentar cumprir e saldar esta dívida”, relata.

Importância dos sócios

O vice financeiro fez questão de ressaltar, durante a entrevista, a importância do sócio no atual momento do clube. O dirigente explica que um consócio retém toda a verba que vem da Federação Gaúcha de Futebol (FGF), CBF, patrocinadores e bilheteria. 

“Eles fazem o rateio lá e mandam um saldinho. A única receita que cai direto na conta do clube é a mensalidade do associado”. Na próxima semana o Brasil deve lançar novos planos de sócios. A ideia é que os associados recebam benefícios e não só o futebol, como normalmente acontece. 

“O nosso plano é entregar além do futebol, alguma coisa a mais para o associado para que se sinta prestigiado e pague sua mensalidade em dia. Na Copa do Brasil e na Série D a nossa renda de associado era boa, mas agora caiu vertiginosamente porque não estamos entregando nada. A gente é consciente. Não é hora de cobrar nada do associado porque o clube não está entregando nada. A gente vai na próxima temporada tentar compensar”, afirma.

Transparência e balancete

A gestão anterior foi muito criticada pela falta de transparência em relação à prestação de contas. O atual vice financeiro do Brasil diz que agora será diferente. 

“Com certeza vai ter transparência. Nós vamos sempre uma vez por mês dizer o que nós fizemos no mês anterior, o que comprometemos, se a dívida aumentou, se a dívida diminuiu. Isso pode contar que vai ter todo o mês. Nós estamos fazendo um balancete, levantando até o dia da nossa posse pra ver o passivo que recebemos, documentar pra que todo mundo saiba. Nós não vamos esconder não”, finaliza o dirigente.