Há quatro anos, em 11 de março de 2020, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou que a Covid-19 se caracterizava como uma pandemia. O termo “pandemia”, à época menos popular, reconheceu que, naquele momento, existiam surtos da doença em vários países e regiões do mundo. Desde o primeiro caso em Wuhan, na China, ainda em 2019, até então, o vírus já havia causado quatro mil mortes em todo planeta e 120 mil casos eram confirmados, estabelecendo um clima de incerteza global.
Decorridos quatro anos, o exercício de visualizar o passado significa enxergar uma tensa batalha que a raça humana travou contra o vírus. Para tanto, foram estabelecidos lockdowns, instituída a cultura do distanciamento social e cada pessoa precisou se doutrinar para adotar métodos especiais e cuidados de saúde, com o intuito de atrapalhar o avanço da doença. Até o surgimento da vacina no Brasil, no início de 2021, a sociedade encarava de frente a situação de calamidade sanitária sem conseguir se defender de maneira efetiva. Uma época definida pelo medo e a dúvida, híbrida com a saudade, e mesclada da angústia, que está marcada para sempre na história da humanidade.
Recente aumento de casos no Brasil
De acordo com o painel epidemiológico do coronavírus no Brasil, as últimas duas semanas tiveram um aumento de casos confirmados da doença (semana 8: 69.234 / semana 9: 70.572), apresentando os mais altos índices semanais no período de um ano, a contar a partir de março do ano passado. O gráfico acima e ao lado mostra o crescimento do número de pessoas infectadas por Covid-19 no País, por Semana Epidemiológica de notificação:

Semana 1: 19.950
Semana 2: 34.050
Semana 3: 38.456
Semana 4: 34.833
Semana 5: 36.154
Semana 6: 33.020
Semana 7: 45.177
Semana 8: 69.234
Semana 9: 70.572

Fonte: Secretarias Estaduais
de Saúde. Brasil, 2024

Situação em Pelotas
Segundo a chefe da Vigilância Epidemiológica, Naiana Oliveira, Pelotas vem registrando um aumento no número de casos de Covid-19. No mês de fevereiro, houve o registro de 401 casos positivos notificados, e até o dia 12 de março o número de notificações de casos positivos já estava em 383. “Em 2023 também tivemos um aumento no mesmo período, podendo estar ligado à maior circulação de pessoas como em situações de férias, viagens, Carnaval e retomada do início das aulas”, explica.

Recapitulando orientações
Diante disso, a Vigilância Sanitária recomenda que todos os indivíduos que apresentem sintomas respiratórios, casos confirmados de Covid-19 ou tenham tido contato próximo com algum infectado adotem as medidas de segurança abaixo até o décimo dia, contando a partir do dia em que se iniciaram os sintomas ou da data de realização do teste. Dentre as medidas de segurança a serem adotadas por essas pessoas, estão:

• Usar a máscara facial;
• Evitar o contato com pessoas dos grupos de alto risco para que não haja o desenvolvimento de formas graves da Covid-19;
• Manter uma ventilação adequada nos ambientes;
• Permanecer com o distanciamento de um metro de outras pessoas quando sem máscara;
• Não compartilhar utensílios e objetos;
• Evitar locais com aglomeração de pessoas;
• Evitar viajar;
• Realizar a limpeza frequente de superfícies;
• Intensificar a lavagem das mãos sempre que possível e disponibilizar álcool em gel.
Vacinação segue
combatendo o vírus
Frente aos desafios de enfrentamento contínuo da doença e pensando em um cenário de perspectiva, Naiana salienta a priorização da vacinação e o afastamento nos casos de sintomas respiratórios. Com relação à vacinação contra a Covid-19, a chefe da Vigilância Sanitária lembra que houve alterações por parte do Ministério da Saúde no início de 2024, sendo incluída no Calendário de Vacinação Infantil, com esquema vacinal de três doses para crianças com idade entre seis meses e quatro anos. Para crianças de cinco a 11 anos, que não fazem parte dos grupos prioritários, o esquema vacinal passou a ser de duas doses. Para a população acima de 12 anos de idade que não faz parte dos grupos prioritários, o esquema vacinal também passou a ser de duas doses de vacina.
Cobertura vacinal
Com relação à cobertura vacinal, atualmente 89,63% da população que pode receber o imunizante em Pelotas está com o esquema primário completo. “Todas as recomendações demonstram o empenho da Secretaria de Saúde em proteger a saúde e o bem-estar da população. A situação está em contínuo monitoramento e os ajustes das ações preventivas são realizados sempre que necessário com o propósito de minimizar o impacto dessas doenças na população do município”.