O anúncio de que a avenida Ferreira Viana será requalificada chegou em boa hora para usuários da via que liga o Centro de Pelotas ao Laranjal e serve de acesso a outro dois bairros, como Areal e São Gonçalo. Com investimento de R$ 4,4 milhões, a obra - que engloba 4,2 quilômetros da via - deve começar na próxima quinzena e terá oito meses para ser concluída, conforme contrato com a empresa vencedora da licitação, a Encopav.

Os recursos, via empréstimo junto ao BRDE, serão aplicados em obras de pavimentação (com material fornecido pela própria empresa e não pela Usina de Asfalto do Município), drenagem, melhorias na ciclofaixa já existente (inicia a partir do Foro de Pelotas e depois é usado o canteiro) e sinalização horizontal e vertical, sendo esta última a principal demanda de pedestres, ciclistas e motoristas que trafegam pela avenida. Moradores e comerciantes seguem a mesma opinião, pois vivenciam situações de pessoas com dificuldades para atravessar a faixa, mesmo onde há prioridade para pedestres.

Em quatro pontos principais, a sugestão seria construir uma travessia elevada ou algo que conscientizasse os motoristas a reduzirem a velocidade, porque não há respeito pela faixa de pedestres. O microempreendedor Wesley Santos da Silva, 25, tem uma barbearia e diz que seguidamente ocorrem acidentes na faixa próximo à rua Conselheiro Silveira Martins. "Os motoristas não param. E quando isso acontece, o que vem atrás acaba batendo na traseira", comentou. Sobre as demais intervenções, como a pavimentação, Silva diz acreditar que há vias bem piores. Pelo que foi observado, há muitos remendos na faixa. Já na drenagem, ele aponta que precisa chover muito para encher a calçada.

Bem próximo à barbearia de Wesley Silva fica a Unidade de Pronto Atendimento, a UPA Areal, cujo acesso, muitas vezes é pelo transporte coletivo e, por isso, duas faixas foram dispostas na via, uma em cada sentido. Mas para quem precisa dela, diz que não tem muita utilidade. A artista plástica Jandira Amaral, 83, acena com a mão e só atravessa quando todos os carros param. Em plena atividade, ela utiliza o transporte coletivo para ir até a Associação dos Soldados para dar aulas de pintura em tela. "Eu me cuido muito, pois perdi uma amiga querida bem aqui nessa faixa (em frente à UPA). O carro da direita parou, mas o que vinha pela esquerda não e pegou ela em cheio", relatou. A moradora do bairro acredita que só sinalização não basta e, sim, os motoristas precisam reduzir a velocidade quando estiverem próximo à faixa.

Segundo a Secretaria de Planejamento e Gestão de Pelotas (Seplag), com relação aos pontos apontados como críticos pela população, existe a previsão de construção de travessia segura próxima à UPA.

Não menos perigosos e também citados estão os locais de travessia de pedestre em frente ao residencial Toscana e logo no acesso à avenida, para quem trafega pela avenida Juscelino Kubitschek e ingressa na Ferreira Viana. A travessia elevada com faixa de segurança se tornou uma dor de cabeça para motoristas e pedestres.

"É pouco tempo de reflexo na hora da curva para perceber alguém na faixa", argumentou um condutor que não quis se identificar. Já a empregada doméstica Adriana Félix, 44, garante: "A maioria (motoristas) não para." Para obter alguma chance na faixa, ela coloca primeiro o pé, depois parte do corpo e, quando finalmente está segura, atravessa. "Ocorre que já presenciei vários acidentes, pois os carros que vem logo atrás, não têm tempo de parada e batem nos que estão parados. O ideal é que a faixa fosse mais para frente. Assim todos os usuários estariam mais seguros."

Com relação à travessia elevada próxima ao Carrefour, o secretário da Seplag, Roberto Ramalho, adianta que deixará de existir e será substituída por outra alguns metros adiante do local atual. "A importância da avenida Ferreira Viana reside no fato de ser um dos principais acessos entre o Centro e os balneários e figurar-se entre as áreas que mais crescem na cidade."

Avenida Adolfo Fetter
A próxima na lista de revitalização pode ser a avenida Adolfo Fetter. A Seplag está finalizando o projeto para, após, dar início à busca de recursos para a realização da obra.

Rótula da ponte
O secretário de Qualidade Ambiental, Eduardo Schaeffer, informa que a rótula próxima à ponte foi adotada pelas empresas Ekoos Química, Biologia e Meio Ambiente Ltda e Biri Indústrias de Bebidas. "Será construído novo globo, Monumento à Reciclagem, assim como realizado o paisagismo da área da rótula, sendo dado a devida manutenção ao local e ao monumento pelas mesmas empresas adotantes. A adoção terá o prazo de duração de dois anos, podendo ser prorrogado, posteriormente, por temos aditivos. O monumento atual será retirado do local, quando o novo ficar pronto, pois não tem condições de ser restaurado."