#NovembroAzul
De olho na saúde do homem
Muito além da prevenção do câncer de próstata, Novembro Azul chega como mês para cuidar da saúde do público masculino
Jô Folha -
Um mês voltado para cuidar da saúde do homem. A campanha do Novembro Azul desponta voltada à prevenção ao câncer de próstata, mas muito além disso, é uma oportunidade aproveitada para ajudar o público masculino a procurar ajuda médica e ficar em dia com a própria saúde.
De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca), 68.220 brasileiros serão diagnosticados com câncer de próstata neste ano. Em boletim publicado no ano passado, estimou que na Região Sul do país a doença estará presente em 95,6 de cada cem mil homens. Destes, 18,3 irão a óbito pela doença. Urologista e lecionando este tema na Universidade Federal de Pelotas (UFPel), Henrique Isaacsson ressalta se tratar do segundo câncer mais prevalente neste público, atrás apenas do de pele. É também o segundo que mais mata, com o de pulmão sendo o mais fatal.
A demora em aparentar sintomas é que faz o câncer de próstata ser tão perigoso e torna os exames preventivos mais importantes. O toque retal ainda é a maneira mais indicada de realizar a verificação, embora o exame de análise sanguínea chamado PSA (Antígeno Prostático Específico) também apresente indicativos protoespecíficos. Há, ainda, a ressonância magnética como forma de realizar o procedimento. É indicado que a prevenção comece aos 50 anos de idade. Para pessoas com incidência da doença na família ou afrodescendentes (por uma recomendação mundial, segundo o médico), é recomendado iniciar um pouco antes.
Mas muito além da próstata, Isaacsson comemora o Novembro Azul como uma oportunidade de colocar a saúde em dia. O preconceito com a questão do toque retal vem diminuindo nitidamente, na sua percepção. "É raro um paciente se negar a fazer o toque retal", analisa. Porém, ainda assim, os homens tendem a ser menos cautelosos que as mulheres com as questões da saúde e, por isso, a ida ao médico já serve para abrir outras oportunidades. É importante para verificar a pressão arterial e os hábitos de vida, assim como discutir a vida sexual do paciente, que tende a entrar em um declínio após os 50 anos e por vezes uma simples reposição hormonal pode resolver. "É a oportunidade de atender o paciente de forma mais ampla", complementa.
Prevenção
Fatores dietéticos, como evitar consumir gorduras e proteína animal ajudam a evitar a doença. "A dieta que é boa para a próstata é boa para o coração", pondera Isaacsson. Não fumar, manter um peso corporal adequado e praticar atividades físicas também são indicados.
Dentre os sinais e sintomas, estão a dificuldade de urinar, sangue na urina e aumento da quantidade de vezes que urina. Ainda assim, eles não são garantia, pois podem representar sinais de outros fatores existentes na região, como a hiperplasia benigna da próstata, que é apenas um aumento natural dela, bloqueando as vias por onde passa a urina, mas não representando grandes prejuízos à saúde.
A Secretaria Municipal de Saúde promoverá ações em todas as Unidades Básicas de Saúde (UBSs) voltadas à saúde do homem. Como cada uma programará a própria atividade, é importante verificar no local ou com os agentes de saúde, indica a assistente social Bianca Medeiros. Prevenções em empresas também estão sendo planejadas, mas ainda não há nenhuma definição.
Os casos em Pelotas
Segundo o Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM), do Ministério da Saúde, 26 pelotenses já morreram de neoplasia maligna da próstata até agosto deste ano, quando verificados óbitos por ocorrência. Isaacsson ressalta que os dados podem não conter subnotificações. Além disso, é comum pacientes morrerem com a doença e não pela doença. Cerca de 20% dos pacientes vão a óbito por esse motivo, segundo o professor.
Dentre os óbitos citados no SIM, 21 deles eram brancos, quatro negros e um pardo. Nove morreram em casa, 16 em hospitais e um em outro estabelecimento de saúde. Na Zona Sul, foram 74 óbitos no mesmo período. Os dados ainda podem ser alterados.
Confira os óbitos por idade
50-59 anos - Um caso
60-69 - Seis casos
70-79 - Dez casos
80+ - Nove casos
Por ano Pelotas Zona Sul
2014 46 115
2015 40 107
2016 44 105
2017(*) 34 86
2018(*)(**) 26 74
(*) Dados ainda preliminares
(**) Números até o mês de agosto
(Fonte: SIM - Sistema de Informação sobre Mortalidade)
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