Por Douglas Dutra
[email protected]

A Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), estatal responsável pela gestão do Hospital Escola da Universidade Federal de Pelotas (HE/UFPel), lançou nesta sexta-feira (23) o aviso de chamamento público para contratação emergencial de anestesistas. A convocação foi publicada no Diário Oficial da União e busca por uma empresa interessada em prestar os serviços médicos para o atendimento dos pacientes da instituição.

As propostas podem ser enviadas até a próxima quarta-feira, dia 28. O contrato prevê vigência de 30 dias, podendo ser prorrogado até 90 dias. Apesar de ter divulgado o aviso para buscar os profissionais, o HE ainda não tem previsão de quantos médicos poderão ser contratados nesse processo.

O chamamento do hospital visa atender a demanda por cirurgias que tem se acumulado devido à falta de anestesistas. Nas últimas semanas, pacientes tiveram suas cirurgias canceladas pela ausência destes profissionais. Segundo a assessoria do HE, um novo edital para a contratação de anestesistas como pessoa física deve ser publicado, no começo de 2023. A data não foi informada.

Falta de dados sobre a fila
Questionado pela reportagem, o HE informou através de sua assessoria que não tinha como responder quantos pacientes aguardam a disponibilidade de anestesistas para a realização de procedimentos, nem quanto tempo demorará para atender a essa demanda. Segundo a instituição, esta informação deveria ser obtida com a regulação municipal.

Já a Secretaria Municipal da Saúde (SMS), respondeu, através da diretora de Gestão Ambulatorial e Hospitalar da pasta, Caroline Hoffmann, que a pasta faz apenas a regulação da primeira consulta dos pacientes. Segundo ela, a partir do momento em que fica determinada a necessidade de cirurgia, a agenda passa a ser monitorada pelos hospitais.

Em nota, o HE afirma que a direção da instituição tem se reunido com outras entidades para tentar amenizar a demanda por anestesistas na unidade. Na quinta-feira houve reunião com Marcelo Sclowitz, diretor do Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers) em Pelotas, que deverá apoiar na divulgação e na captação de anestesistas para a seleção.

Já na sexta houve conversa com a diretora da Faculdade de Medicina da UFPel, Julieta Fripp, com o coordenador da Comissão de Residência Médica (Coreme), Daniel Araújo, e com coordenadores dos programas de residência médica da universidade. O objetivo foi discutir estratégias para contornar a falta de anestesistas.

Problema se arrasta desde novembro
A crise pela falta de anestesistas para a realização de cirurgias no hospital agravou-se em novembro, quando médicos residentes de cirurgia chegaram a deflagrar greve cobrando providências. Para suprir a demanda, o HE precisaria ter entre 13 e 14 destes profissionais em seu quadro. No entanto, haviam apenas sete especialistas em anestesia à disposição.

Desde que o problema surgiu, cirurgias eletivas passaram a ser canceladas e apenas operações de emergência estão sendo realizados.​