Praia

Laranjal tem seis pontos próprios para banho: entenda como funciona a análise

Estudo é feito semanalmente em oito pontos da orla para assegurar a saúde de veranistas

Foto: Volmer Perez - DP - Placas são instaladas para orientar banhistas

Por Victoria Fonseca
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(Estagiária sob supervisão de Vinicius Peraça)

Muitas pessoas aproveitaram a última sexta-feira do ano para curtir a praia do Laranjal. Na orla, a maioria dos pontos de água estavam próprios para banho, realidade bem diferente da semana passada, em que boletim divulgado pela Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam), apontava que todos os locais do município estavam impróprios. A rápida mudança na balneabilidade é explicada pelo chefe do departamento de tratamento do Sanep ao Diário Popular.

Com a chegada da temporada de veraneio, a qualidade das águas do litoral gaúcho é monitoradas semanalmente para garantir a saúde dos banhistas. Na terceira semana de análise, o relatório divulgado pela Fepam nesta sexta-feira (30) determinou que apenas dois pontos do município foram considerados impróprios, sendo eles no Santo Antônio, no Laranjal, próximos à rua Bagé e à avenida Rio Grande do Sul.

As condições de banho são sinalizadas para a população com placas instaladas pela Fundação. No entanto, as rápidas alterações de balneabilidade geralmente não são compreendidas pelos veranistas, principalmente, quando pontos próximos têm diferentes classificações. Os estudos da água, em Pelotas, são feitos pelo Sanep, e o chefe do departamento de tratamento da autarquia, Vinicius Gonçalves, esclarece como funciona o monitoramento.

No município, o estudo é realizado em pontos que são localizados desde o início da Barra até o final da Colônia Z3. A análise é feita com base na resolução do Conselho Nacional de Meio Ambiente (Conama), que determina a balneabilidade conforme quantidades de resíduos e bactérias encontrados na água. Os estudos são feitos em campanhas de cinco semanas cada, e os dados começam a serem coletados em um período anterior ao início da temporada de veraneio para obtenção de resultados antes da presença de banhistas. "Por exemplo, começou na primeira semana [a coleta], quando chegar na quinta é que vai se ter o primeiro resultado", explica o químico.

Para a balneabilidade ser considerada própria, os resultados dos testes não podem ter mais de 800 Escherichia Coli/ml por água. "Se em duas semanas de análise o parâmetro der mais de 800, eu considero imprópria. Se tiver uma só, eu considero própria". Além disso, a cada conjunto de cinco semanas, a primeira é sendo descartada e as mais recentes consideradas.

Outros fatores também são muito importantes, pois influenciam nas condições da Lagoa dos Patos. O químico explica que no Laranjal, por exemplo, é comum a existência de bancos de areia em alguns locais, por isso em um ponto desses acúmulos, a água pode estar própria e em outro muito próximo ser considerado impróprio.

"A direção do vento empurra alguma bactéria ou outra coisa. Não tem como estimar porque em um ponto está impróprio e outro próximo estar", menciona. Outros elementos que determinam a qualidade da água são o vento, a maré e a salinidade. A maior quantidade de sal, por exemplo, inibe o crescimento de microorganismos.

Presença de resíduos de esgoto
Conforme o chefe do setor de tratamento do Sanep, Pelotas ainda é vulnerável em relação ao tratamento de esgoto, mas ele ressalta que o município não é exceção. Os resíduos, em grande parte não tratados, acabam sendo lançados no canal São Gonçalo e em algum momento podem desembocar no Laranjal e influenciar na balneabilidade. "Embora sendo mais distante, acaba chegando alguma coisa".

Consulta a balneabilidade
A equipe do Sanep é responsável pela coleta e realização dos testes, enquanto a Fepam se encarrega de divulgar os resultados. A Fundação disponibiliza um site para que a população também possa acompanhar a qualidade da água das praias gaúchas: https://secweb.procergs.com.br/baln-consulta/



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