Agroindústria

Mais 41 trabalhadores foram demitidos na Cosulati

Dificuldades financeiras também provocam atraso no pagamento de produtores de leite

Paulo Rossi -

Mais 41 funcionários, de diferentes setores da Cosulati, foram demitidos nos últimos dias. E o corte de pessoal é apenas uma das consequências das dificuldades financeiras. Os 350 produtores associados também têm sido atingidos. Em alguns casos, o atraso no pagamento já chega a três meses. Mas se de um lado o cenário é preocupante, de outro permanecem as negociações com investidores que poderiam injetar capital e viabilizar a exportação de leite para China, liberada desde julho pelo Ministério da Agricultura.

Só nesta semana serão dois encontros: um com empresários de Porto Alegre e o outro com investidores de São Paulo. A expectativa, entretanto, é de que as tratativas possam respingar não só na recuperação da indústria de Lacticínios, no Capão do Leão; a única que segue em funcionamento. A reabertura da fábrica de rações em Canguçu e do frigorífico de frango em Morro Redondo também tem entrado nas negociações.

"Estamos caminhando com as pernas bambas, mas estamos caminhando", sustenta o diretor administrativo da Cooperativa, Almir Mendonça. E garante que a prioridade se mantém a mesma desde que assumiu o comando da Cosulati, em abril de 2018: salvar o produtor, para assegurar a matéria-prima e alimentar toda a cadeia.

Na prática, sem dinheiro em caixa, ocorre exatamente o contrário. Com atraso no pagamento, vários produtores têm deixado de entregar para cooperativa que, não raro, fica com a estrutura parada.

Indústria está restrita a apenas 10% da capacidade
Atualmente, a fábrica de lacticínios opera com apenas 60 mil litros de leite por dia: 50 mil litros arrecadados com os 350 produtores associados e dez mil litros provenientes de cooperativas parceiras. Tratativas com cooperados de Santana do Livramento também têm o mesmo objetivo: elevar o volume de matéria-prima, essencial ao processo de retomada e fortalecimento.

Saiba mais 
Em final de maio, os funcionários da Cosulati chegaram a interromper as atividades, em protesto por atraso nos salários e anúncio de novas demissões. O caso foi parar na Justiça e contou com conciliação do Tribunal Regional do Trabalho (TRT), no dia 3 de junho. A direção da Cooperativa se comprometia em reconhecer a comissão eleita de trabalhadores, composta por 13 integrantes e encarregada de representar a categoria.

No mesmo encontro, a Cosulati também assegurava a garantia de emprego por 60 dias aos profissionais chão de fábrica e por 120 dias aos membros da comissão. Passado o prazo de quatro meses, a Cooperativa cortou mais 41 funcionários do quadro e os 13 que serviam de porta-vozes foram demitidos. A medida, portanto, é encarada como represália.

O Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias e Cooperativas da Alimentação de Pelotas acompanha a situação e tem sido procurado por parte dos dispensados, com vistas a ingressar com ações judiciais e exigir o pagamento das rescisões - explica o presidente Lair de Mattos.

Com a nova redução, a Cosulati ficou com apenas 188 profissionais. Antes da crise, o número de trabalhadores chegou a bater em 850.

 

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