Investigação

Mortes na Z-3 geram apuração da Secretaria de Agricultura do Estado

Equipe irá apurar detalhes sobre aviação agrícola e tipos de produtos aplicados para verificar relação com os óbitos de cachorros e aves

Carlos Queiroz -

Segue a expectativa por mais detalhes da causa da morte e da paralisia de animais na Colônia de Pescadores Z-3, em Pelotas. Na quinta-feira (7) pela manhã uma equipe da Secretaria Estadual de Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural irá visitar propriedades das redondezas para obter informações sobre a aplicação de agrotóxicos agrícolas e os planos de voo. Quais produtos foram aplicados nos últimos dias? A que distância? As zonas de exclusão - onde as aeronaves não podem circular - têm sido respeitadas? São muitas as indagações à espera de respostas.

Até o final da tarde desta segunda-feira (4), três cães e sete aves tinham morrido. Entre os pontos em comum já conhecidos até o momento está a possível intoxicação por cloreto de potássio, como identificado em seis análises sanguíneas realizadas nos cachorros. "Estamos tateando ainda. Conforme as informações, se for o caso de adubação, de fertilização, o caso deverá ficar com o Ministério da Agricultura e não mais com o Estado, por uma questão legal", explica o fiscal estadual agropecuário Gustavo Gotuzzo de Menezes.

A Fundação Estadual de Proteção Ambiental também foi acionada, mas explica que esse tipo de controle foge às atribuições do órgão. Ao conceder licença ambiental às propriedades, entretanto, a Fepam analisa riscos e define todo o regramento para atividade da aviação agrícola nos locais.

Pelo menos 17 cães atingidos

Entre os moradores da Z-3, o clima é de tristeza e insegurança. Um grupo criado no WhatsApp, batizado de A união faz a força, serve para os tutores dos animais trocarem relatos sobre a condição de saúde dos seus pets e dicas sobre cuidados que podem dar resultados. Na casa de Josiane Henke, 34, a serelepe Guria, de cinco anos, é um dos cães que permanece sem reação. Só mexe os olhos. Os primeiros sintomas apareceram na sexta-feira, 1º de abril, quando ela passou a madrugada na chuva, sem conseguir se abrigar.

Na tarde desta segunda, seguia acomodada em uma caixa plástica, com uma fralda descartável para poder monitorar a urina. "É difícil lidar com o desconhecido", admite. "Tu perder os animais pela mão humana é inaceitável. Queremos saber detalhes do que ocorreu", reforça. E, enquanto recebe o Diário Popular, Josiane mostra fotos das galinhas e galos tratados como pets. Em poucos dias, sete aves morreram com os mesmos sinais: corpo rígido, patas sem movimento e pescoço caído. "Ficamos com receio de tudo e por todos os outros", preocupa-se.

Um galo e uma galinha permanecem separados, para que os corpos passem por autópsia e ajudem a desvendar os casos, que começaram a se espalhar pela Z-3 na sexta-feira, 25 de março.

Saúde de humanos também é monitorada

A Secretaria de Saúde de Pelotas segue atenta e em contato com profissionais da equipe da Unidade Básica de Saúde (UBS) da Colônia de Pescadores. Até a tarde de ontem, não havia nenhum registro de moradores com sinais ou sintomas compatíveis com os observados nos animais. "Tudo que sabemos até o momento, é que animais apresentaram nível elevado de cloreto de potássio. Ao que tudo indica, então, foi uma intoxicação exógena [externa]", destaca a diretora da Vigilância em Saúde, Aline Machado da Silva.

 

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