Diversidade

O desejo é por respeito

Dia da Visibilidade Lésbica reacende a necessidade de se debater o tema

Paulo Rossi -

Uma data para mostrar que elas existem. São estudantes, amigas, mães, profissionais. Têm os mesmos deveres e, por isso, devem ter os mesmos direitos que todos. O que as diferencia de uma parcela da população é quem elas amam. Seja lutando pela criação de um conselho municipal que as represente e as defenda ou lidando com a sexualidade da forma mais natural possível, as mulheres lésbicas juntam suas vozes em um único pedido: elas querem respeito.

A DJ Helô é figura conhecida na cidade pelo trabalho com a música. Divide seu amor entre as centenas de discos e a namorada, com quem convive há anos e pretende continuar até o fim da vida. "Nossa relação é de muito companheirismo", garante. Ela se descobriu lésbica aos 26 anos e, como ela mesma diz, "se soltou" desde o início. "Sempre levei numa boa porque é a minha vida", fala.

É na música que ela acha espaço para se expressar e conquistar respeito. Já foi dona de bar e hoje toca nas principais casas de Pelotas e da região. Quando promove seus próprios eventos, garante que a diversidade é a principal marca. "E nunca houve uma briga nas minhas festas", completa. Ela acredita que a aceitação a sua orientação sexual é um reflexo do modo como trata as outras pessoas: com respeito.

Para ela, o dia 29 de agosto e é importante para colocar o assunto em alta. "O movimento mostra que a homossexualidade existe e não é essa bagunça que as pessoas pensam", fala. Helô afirma também que já viu pessoas mudarem de ideia e passarem a respeitar a comunidade gay depois de comparecer às paradas. "Eu não participo de nenhum movimento, mas essa é uma escolha minha. Sou tímida", pontua.

É no discurso dos movimentos sociais que Luiza Marques encontra voz para lutar por respeito. Ela integra o Fórum LGBT+, que coordena a implantação de um Conselho Municipal da Comunidade LGBT em Pelotas. "O órgão é de extrema importância para expor as demandas das mulheres lésbicas", explica. A dificuldade de encontrar, por exemplo, educação sexual que converse com a sua realidade é um dos pontos levantados.

A data, para Luiza, é uma oportunidade de expor os problemas derivados do preconceito. "O Dia da Visibilidade Lésbica representa a nossa luta para amarmos outra mulher sem medo de morrer ou sofrer alguma violência." E ela questiona: "Como iremos mudar as estatísticas sem colocar em pauta nossas dores que vêm do preconceito?".

Saiba mais
A data é celebrada desde 1996 e surgiu junto do 1º Seminário Nacional de Lésbicas (Senale). O espaço tem como objetivo discutir, refletir e propor ações para intervir nas políticas públicas. Busca a livre expressão das sexualidades, dos direitos e das dignidades para essa comunidade. O Senale é organizado por mulheres lésbicas e bissexuais.

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