Sem sossego
O receio de quem vive próximo à praça Alcides de Mendonça Lima
Moradores garantem que local virou reduto de assaltantes e usuários de drogas
Jô Folha -
A insegurança preocupa cada vez mais os moradores das proximidades da praça Alcides de Mendonça Lima, localizada entre as ruas Edmundo Berchon, Doutor Urbano Garcia e Doutor José Brusque, em Pelotas. O aumento do número de usuários de drogas na praça afeta até mesmo a rotina de alguns residentes.
“Isso aqui virou um reduto de assaltantes”, reclama Antônio Barbosa, morador do local há 50 anos. Apesar de se tratar de uma zona central, próximo a restaurantes e a apenas uma quadra da avenida Bento Gonçalves, os moradores se consideram esquecidos.
Vizinhos do local relatam que durante a noite a praça é ocupada por usuários de drogas. Alguns consomem o produto ali mesmo, enquanto traficantes utilizam motos para fornecer as drogas, encostando tranquilamente no local. Além disso, o espaço acaba sendo vandalizado. Lâmpadas e bancos são quebrados, o lixo é revirado e espalhado pelo chão. Tudo isso faz com que os moradores temam cada vez mais sair à rua, até mesmo durante o dia. “Sempre tem alguém aí, até de dia. Eles ficam aí na praça e atacam as pessoas”, lamenta um residente do local.
Na casa onde nasceu, em frente à praça, Claudenir Soares Brasil criou suas duas filhas. A situação mudou muito nos 63 anos em que lá reside. Se antes andava durante a noite pela rua e costumava ficar com a porta aberta para ventilar a casa, agora a insegurança fez tudo mudar. Uma das filhas já foi assaltada na esquina de casa no início da manhã. Sua funcionária também. O medo o faz buscar as filhas na parada de ônibus, pois a qualquer momento podem se tornar vítimas.
Alguns moradores acabaram investindo em cercas, grades e concertinas. Outros, optam por sistemas de alarme ou contratar serviços de empresas de vigilância. Gabriel Dornelles, de 23 anos, diz que sua casa já foi invadida três vezes nos últimos anos. A família optou por reforçar as trancas, mas ele sabe que não é suficiente.
Vida escolar também é afetada
Se para os moradores a situação é complicada, os alunos da Escola Adventista de Pelotas também tiveram sua rotina alterada. Antigamente, praticavam atividades no entorno da praça, como caminhadas e corridas. Mas agora, todos os exercícios são feitos no ginásio da escola, localizado em frente à praça. A mudança ocorreu há cerca de oito meses, segundo o professor de educação física, Bruno Silva. “Pela prevenção, optamos por não sair mais”.
Ações do Poder Público
O secretário municipal de Segurança Pública, Aldo Bruno, disse que levará o tema à reunião com as autoridades de segurança. Em razão de a Guarda Municipal estar com efetivo reduzido, não é possível fazer a cobertura diária do local. Porém, com a contratação de novos agentes, espera em breve resolver a situação.
Já o secretário de Serviços Urbanos e Infraestrutura (Ssui), Jefferson Dutra, afirmou que sua pasta fez uma geral na praça há cerca de um mês, tendo roçado e arrumado a estrutura.
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