Espera

Obras na Cidade de Lisboa estão paralisadas por tempo indeterminado

Estagnada devido adaptação nas redes de escoamento, há após mais de um mês a intervenção ainda não foi realizada

Foto: Carlos Queiroz - DP - Obra prevista para 2020 segue sem previsão para entrega

A obra na avenida Cidade de Lisboa, esperada há muitos anos pela comunidade para solucionar problemas de trânsito, se transformou em motivo de mais impasses na circulação de pedestres e veículos. Devido à paralisação das intervenções, há mais de um mês, moradores do entorno do local enfrentam transtornos causados por duas espécies de trincheiras com extensão da segunda via e em que esgoto corre a céu aberto. Conforme a Secretaria de Planejamento e Gestão (Seplag) ainda não há previsão de retomada das obras no local e o prazo de entrega de cinco meses não deverá ser cumprido.

Iniciada em abril, já no início de junho, com apenas 20% de execução, a obra já estava paralisada em razão da necessidade de adaptação das redes de drenagem de esgoto. Desde então, a situação continua a mesma, o que significa que os problemas causados pelos buracos, com mais de um metro de profundidade, continuam impactando negativamente a vida de quem tem comércio ou mora em frente às intervenções.

Uma das pessoas que enfrenta os prejuízos provenientes da situação é o borracheiro Pedro Silveira. Proprietário de uma oficina localizada há 50 anos no mesmo ponto da avenida, agora ele vê a movimentação de clientes cair em mais de 60%, já que com a rua praticamente interditada, não há meio para a circulação de caminhões. "Não podia continuar a faixa para lá se não fizesse primeiro os esgotos e nós ficamos assim, fazíamos caminhão, bitrem, tudo e não dá mais para fazer. Faz um mês e pouco que deixaram assim, como está", relata. Já o supervisor de manutenção, Adriel Mendes, conta que a obra estava evoluindo rapidamente até o momento da paralisação e que desde então o local se tornou perigoso, principalmente quando chove. "Isso tudo aqui alaga, aí imagina cheio de água, as pessoas pensam que é rasinho e entra para dentro".

Morador de uma das residências em frente à obra, Mendes cita ainda a dificuldade que as pessoas têm em manobrar os veículos para sair dos pátios e que inclusive uma caminhonete já teria caído no buraco. "Isso ai é um perigo de noite", ressalta.

Solução que se tornou problema
Prevista para 2020, a duplicação, que é fruto de parceria entre a Prefeitura de Pelotas e o governo do Estado, passou por inúmeros impasses envolvendo o processo de licitação, principal motivo para o atraso de três anos. Quando as intervenções na via finalmente iniciaram, após a execução de cerca de 250 metros de calçamento, a empolgação da comunidade com a obra terminou. "É desanimador olharmos o que está acontecendo e a forma que vem sendo conduzido esse processo, hoje nós vemos que a obra está sendo muito mal administrada", pontua o empresário Juliano Reis.

O morador critica ainda o modo como a estrutura está sendo construída, alegando que há erros desde as primeiras ações de intervenção. "Começou errado desde o processo de compactação de base até o que estamos vendo hoje. Erros absurdos, pensaram na duplicação da estrada, não pensaram nos projetos complementares". Reis menciona também o problema relacionado à rede de esgoto pluvial e cloacal, o que ocasionou a paralisação da obra.

Para o empresário, os supostos erros de execução e a falta de fiscalização estão culminando em um desperdício de dinheiro público. "Conversamos inclusive com alguns profissionais que estavam trabalhando para a empresa que ganhou a licitação e vimos que a própria mão de obra é praticamente toda terceirizada ou quarteirizada. Então isso nos preocupa bastante", declara.

Sem previsão de obra e de entrega
De acordo com a Seplag, as adaptações na drenagem implicarão em aditivo contratual. E no momento, a empresa responsável, C.H. da Costa Pavimentação Ltda, estaria realizando a análise dos termos para que seja possível avançar. Além disso, não há previsão para início e conclusão do projeto complementar de intervenção do escoamento.

A secretaria informa ainda que o período contratual é de cinco meses. Porém, a adequação necessária deverá atrasar o final de entrega, já que haverá um aditamento de serviços e, consequentemente, da aquisição de materiais que possuem um determinado prazo de entrega variável de acordo com cada possível fornecedor.

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