Momento

Reconstrução e investimento em novas oportunidades

Ampliação de voos e maior exposição do Município a visitantes é visto como uma questão essencial para movimentação da economia

Foto: Volmer Perez - DP - Principal ponto turístico do Laranjal, Trapiche deve ser recontruído

Os últimos dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) apontam um crescimento na geração de postos com carteira assinada em Pelotas, com 354 novas vagas preenchidas em abril. No mesmo período do ano passado, o número foi de 237. Os bons resultados deverão ser impactados nos próximos meses frente às consequências da enchente que atingiu o Município, assim como em boa parte do Estado. Para manter o índice de empregabilidade, além da recuperação das áreas danificadas o mais rápido possível, fatores como a ampliação que se deu no número de voos vigorando no mesmo período da Fenadoce e a retomada da movimentação do Laranjal são ações que são vistas como essenciais pela Secretaria de Desenvolvimento, Turismo e Inovação.

Os setores de comércio e serviços estão entre os principais empregadores de Pelotas e possivelmente também dentre os mais prejudicados no mês de maio, cenário que pode apresentar uma melhora nas próximas semanas. Mesmo com a emergente diminuição do poder aquisitivo dos moradores atingidos pelas cheias, o secretário Gilmar Bazanella prospecta que as vendas de eletrodomésticos e outros bens de casa e de consumo devem ser movimentados a partir do recebimento de benefícios como o Auxílio Reconstrução. “Se por um lado tivemos esse período terrível, tem esse incremento de recursos que entram no mercado e pelo menos mantêm essa atividade em níveis aceitáveis”, projeta. A expectativa é de manutenção dos estoques de postos de trabalho de abril.

Para isso, Bazanella cita iniciativas do Paço Municipal como a isenção de ISSQN por dois meses e auxílio financeiro aos empreendedores impactados pela enchente. Somente no Laranjal, uma das áreas mais destruídas, são 1.376 MEIs e 1.092 MEs e EPPs. Para o Município, há desafios econômicos como a queda de arrecadação, somente em maio a diminuição foi de 28% em ICMS, e a necessidade de investimento em reconstrução. “Mesmo com toda essa dificuldade, se abre outras oportunidades para a gente enfrentar isso”, diz o secretário.

Crescimento através do turismo
De acordo com Bazanella, a exposição de Pelotas no cenário nacional, por meio dos jornais, assim como a ampliação de voos entre o Município e São Paulo são oportunidades de captar visitantes e impulsionar a economia por meio do turismo. “Se mantivermos estes voos, melhoramos o fluxo na cidade, o próprio fechamento do Salgado Filho tem trazido um número de pessoas maior para o aeroporto. A gente tem que olhar para isso e pegar como oportunidade para trazer pessoas que vão para outras regiões”.

O fluxo de passageiros também poderá ser um fator para incrementar a movimentação da Fenadoce, já que com várias cidades atingidas pelas enchentes, o número de visitantes tende a diminuir. “Essas pessoas podem permanecer aqui um dia e visitar a fenadoce, isso vai depender também do esforço de divulgação. Temos que aproveitar essa oportunidade, temos que olhar para a frente e reconstruir, partir da nossa resiliência”, afirma.

Cinco anos à frente da Secretaria, Bazanella estima que levará entre 60 e 90 dias para a retomada mais significativa das atividades turísticas. Ele ressalta que o turismo é um dos segmentos de maior empregabilidade e de menor custo de investimento. “Não tendo nada mais grave, a gente consiga ter uma base para que as pessoas se sintam encorajadas a retomar essa atividade”. Para a recuperação do movimento no Laranjal, um projeto para a fomento de eventos culturais, como apresentações musicais e mateadas aos finais de semana, está sendo construído.

Além disso, o secretário ressalta que a reconstrução do trapiche deverá constituir uma monumento mais robusto e mais atrativo em relação ao antigo. “O trapiche, que é o terceiro atrativo mais visitado da cidade, tem que ser quase que um símbolo da reconstrução de Pelotas, inclusive pensar em alguma coisa diferente do que nós tínhamos e fazer o mais rápido possível”.

Outro fator que Bazanella sugere como oportunidade que surgirá para formar o desenvolvimento do Município é o estabelecimento de novos empreendimentos, que anteriormente apostariam em sediar seus negócios somente na serra ou no entorno de Porto Alegre. “Temos que nos posicionar como uma cidade em condições de receber esses empreendimentos, os empreendedores começam a ter olhares diferentes para a região sul. temos todas as condições geográficas e agora incrementados diante dessas cheias”.
O secretário complementa ainda afirmando que “é uma oportunidade que temos que olhar com muita clareza, não querendo fazer competição, nem assediar empreendimentos, mas chamar a atenção para o que temos de potencial”. ​

Carregando matéria

Conteúdo exclusivo!

Somente assinantes podem visualizar este conteúdo

clique aqui para verificar os planos disponíveis

Já sou assinante

clique aqui para efetuar o login

Possível aumento da população de rua pós-enchente gera preocupação Anterior

Possível aumento da população de rua pós-enchente gera preocupação

Oficina no IFSul ensina afetadas pela enchente a produzirem móveis de madeira Próximo

Oficina no IFSul ensina afetadas pela enchente a produzirem móveis de madeira

Deixe seu comentário