Problema

Reforço na equipe médica não resolve demanda na UPA Areal

Mesmo com a chegada de dois profissionais, pacientes esperam mais de duas horas pela triagem

Foto: Carlos Queiroz - DP - Unidade apresenta um aumento de 40% na demanda diária de atendimentos

Há um ano, o Sindicato dos Médicos do Rio Grande do Sul (Simers) denunciava a sobrecarga de trabalho dos profissionais que atuam na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Areal em função da demanda de pacientes com sintomas gripais. Com a proximidade do inverno e para não se repetir a situação do ano anterior, desde o dia 1º junho mais dois profissionais reforçam a equipe, segundo informou a Prefeitura. A medida, entretanto, não resolveu o problema de quem busca por um diagnóstico.

Em plena segunda-feira (5), 15h, a sala de espera estava lotada e a média de tempo até a triagem ultrapassa duas horas. "Me disseram que tem quatro médicos aqui, mas estou desde a 13h30min, com classificação azul e nada de ser chamada", disse a auxiliar de limpeza, Tiela Ossaines Rodrigues, 35. Com dores pelo corpo, mal-estar e diarréia, ela gostaria de saber o que tem para poder trabalhar. "Perguntei se estava demorado e a resposta foi de que são quatro médicos no plantão. Mas não mudou nada. A gente não marca pra ficar doente", desabafou.

Na mesma situação estavam Taili Cabistany, 35, e Marcelo Dantas, 47. Aflitos por causa da febre alta da pequena Antonella, de quatro anos, eles aguardavam há duas horas para passar pela triagem e não escondiam a indignação. "Liguei para a UBS e já adiantaram que mandariam pra cá (UPA). Se sabem que nos postos não atendem e os pacientes acabam se concentrando aqui, por que já não dobram o número de médicos?", questiona a mãe. Enquanto conversava com a reportagem, o nome de Antonella é citado e, por um instante, Taili se sentiu aliviada.

Quem estava com a paciência esgotada era a cuidadora de idosos, Luana Motta Duarte, 32. O filho Christopher, de dez anos, é asmático. Passou dois dias no Pronto-Socorro de Pelotas (PSP) e teve alta, segundo conta a mãe, sem um diagnóstico. "Viemos para a UPA e a orientação foi voltar ao PSP. Nova alta. Conseguimos atendimento na UBS onde acham que ele está com pneumonia. Então decidi voltar aqui (UPA) para ter certeza", disse a cuidadora com vários documentos em mãos. Para ela, a dor de cabeça não está só na demora pelo atendimento, mas na incerteza dos médicos que não descobrem o que Christopher tem. "Não adianta colocar mais profissionais, tem que ter qualidade no atendimento".


Aumento de 40% na demanda
O Município ampliou a capacidade de atendimento médico na UPA Areal, fazendo com que a unidade passe a operar com até cinco médicos simultaneamente.

O diretor da UPA Areal, Nelson Soares, destacou o aumento de 40% na demanda da unidade e ressaltou que as ações devem auxiliar a manter o pleno atendimento aos usuários. Diferente do ano passado, quando foram adicionadas 12h/médicas por dia, num período de três meses, este ano a ampliação compreende 24h/médicas adicionais durante um período de quatro meses, mais que o dobro do último adicional realizado.

"As ações de ampliação do número de profissionais visam corresponder o aumento da demanda já observada, que deve seguir alta durante todo o inverno. A UPA possui estrutura para acolher aproximadamente 200 pacientes por dia, todavia temos acolhido diariamente cerca de 300 usuários", afirmou o gestor.

O reforço desde o dia 1º deste mês tem previsão de continuidade até setembro. Os dois médicos por dia terão plantão de atendimento de 12h.

Carregando matéria

Conteúdo exclusivo!

Somente assinantes podem visualizar este conteúdo

clique aqui para verificar os planos disponíveis

Já sou assinante

clique aqui para efetuar o login

Fórum de Reitores do RS é instituído na UFPel Anterior

Fórum de Reitores do RS é instituído na UFPel

Família tenta recomeçar após incêndio consumir residência Próximo

Família tenta recomeçar após incêndio consumir residência

Deixe seu comentário