Produção
Um novo caminho energético se abre para a UFPel
Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (Faurb) é uma das vencedoras de edital da Eletrobrás
Reprodução -
A etapa final da chamada pública do Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica (Procel), da Eletrobrás, premiou como segundo lugar o projeto de construção de um prédio com eficiência energética enviado pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal de Pelotas (Faurb/UFPel). A construção segue os parâmetros NZEB, ou seja, Net Zero Energy Building (Edifício de balanço energético nulo) - toda energia a ser consumida será produzida por sistemas fotovoltaicos, com placas solares.
O anexo Faurb, como é chamado o projeto, será construído no miolo do quarteirão entre os prédios da Faculdade e do Centro de Artes. “Entre os dois primeiros do edital, o nosso é o mais ousado. Ele vai se tornar uma referência para os outros prédios da Universidade”, ressalta o professor coordenador do Laboratório de Inspeção de Eficiência Energética em Edificações (Linse), Antônio César da Silva, responsável por liderar a iniciativa.
O primeiro colocado é um projeto de uma casa com eficiência energética, elaborado pelo Centro de Pesquisas de Energia Elétrica (Cepel), no Rio de Janeiro. “Poderíamos projetar uma casa mas decidimos arriscar um pouco mais”, frisou.
Em terceiro e quarto lugares, seguem as faculdades de arquitetura e urbanismo da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e Universidade de Brasília (UnB), respectivamente. Cada instituição recebe R$ 1 milhão para a construção. Como explica o coordenador, ao todo a obra deve chegar a R$ 1,9 milhão - a contrapartida do valor é da UFPel.
Anexo Faurb
O projeto começou a ser pensado ainda em 2012, ano em que se tornou um dos quatro prédios do país a ganhar o selo de edifício energético. “É aquela medalhinha que conhecemos”, lembra o professor. A etiquetagem também é muito comum em eletrodomésticos. Em todo Brasil, são poucos os prédios que seguem o conceito NZEB; diferente da Europa, onde todos as edificações públicas serão assim até 2021.
O edifício NZEB da Faurb na UFPel vai contar com três pavimentos, nos quais serão instalados os Centros Acadêmicos dos cursos de graduação e pós-graduação, além de salas de aula e laboratórios, como o Linse. Além de produzir a energia própria do consumo, as avaliações por simulação em computador almejam que também será possível abater outros prédios. “É possível balancear o consumo de energia de qualquer outro prédio ligado ao CNPJ da UFPel”, explica o professor. Assim, todos os mais de 150 prédios e edificações da instituição, divididos em seis campi, poderão ser beneficiados.
Por ano, a Universidade gasta cerca de R$ 5 milhões em contas de abastecimento de energia elétrica. Também coordenador do Programa de Bom Uso Energético (Proben), Antônio César conta que, por meio de iniciativas de reeducação do consumo, cerca de R$ 8 milhões já foram economizados durante 14 anos.
Fora os equipamentos de produção de energia solar, a ideia é implementar um sistema de automação no prédio, com base na inteligência artificial. As janelas, por exemplo, poderão ser abertas e fechadas por meio da IA. O tempo de uso e quando o ar condicionado será ligado, também. A educação do bom uso de energia é um dos objetivos. “A ideia é que o sistema aprenda com o próprio usuário, com as características de cada professor. Nós também poderemos interagir e aprender com o sistema”, afirma o coordenador.
Tempo para sair do papel
Em todas as fases do projeto Anexo Faurb, seja no planejamento das instalações, na simulação e montagem do orçamento, mais de dez alunos de graduação, pós graduação, professores e técnicos administrativos da UFPel estiveram envolvidos. A próxima etapa é o contato administrativo da Universidade com a Eletrobrás, para envio da verba. Após recebido, a instituição tem dois anos para realizar a construção. Conforme o edital, após concluída a obra, o local deve ficar dois anos com as portas abertas para visitação.
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