Uma questão de visão

Uma ponte entre as crianças e o oftalmologista

Projeto da UCPel leva teste de acuidade visual a instituições públicas e privadas para atender os pequenos entre cinco e 14 anos

Heitor Araujo -

O processo de aprendizagem nem sempre é fácil. Quando se tem obstáculos, pior ainda. Um problema comum, que acomete uma em cada 25 crianças com idade escolar, é a deficiência visual. Identificar esse déficit e encaminhar a criança ao profissional adequado são os objetivos do projeto Vivendo, coordenado pelo professor Roni Quevedo da Universidade Católica de Pelotas (UCPel). De forma itinerante, ele e sua equipe percorrem espaços públicos e privados da cidade para testar a visão de crianças entre cinco e 14 anos.
Segundo Quevedo, o projeto funciona como uma ferramenta para melhorar o rendimento escolar e a convivência dessas crianças. “Se a pessoa já nasceu com uma certa dificuldade para enxergar, ela raramente vai perceber essa deficiência sozinha”, aponta. Por isso, o médico frisa a importância de se expandir o atendimento oftalmológico.

Nesta semana foi a vez da escola estadual São Vicente de Paulo receber a visita do profissional. Muitas das crianças atendidas nunca tinham consultado um oftalmologista ou feito um teste de acuidade visual. É o caso de Samuel Freitas, 12, aluno do 4º ano. A combinação do resultado do teste com outros sintomas lhe garantiu o encaminhamento para uma consulta com um médico especializado. Este atendimento é realizado na escola Louis Braille por um médico oftalmologista.

A estrutura necessária para o desenvolvimento do projeto é pouca se comparado aos benefícios para a saúde dos pequenos. Roni Quevedo explica que para realizar o trabalho é necessária uma sala com pelo menos seis metros de comprimento e com boa iluminação. A entrada de luz deve ser pelo lado ou pelas costas do examinado. O restante do material é fornecido pelo projeto e financiado por empresas parceiras: uma escala de Snellen, oclusores visuais e fichas para fazer o cadastro da criança.

O teste é simples e rápido. O examinado é posicionado a cinco metros de distância da escala de Snellen, fixada na altura de seus olhos. Orientado pelo médico, ele bloqueia a visão do olho direito com o oclusor e identifica a posição das letras dispostas na escala. O mesmo procedimento é repetido com o olho esquerdo. Além do desempenho no teste, são avaliados outros fatores como o rendimento escolar e as queixas relacionadas à visão.

A diretora da escola Rosimere Timm afirma ser importante essa integração entre saúde e escola. “Muitas vezes as professoras notam a dificuldade de enxergar nos alunos, mas não têm muitos recursos para ajudá-los”, comenta. Com a ida do profissional ao colégio, a situação é diferente. “É um empurrão a mais para eles consultarem com o profissional”, aponta. A diretora acredita que, devido ao projeto, haverá uma melhora no rendimento escolar dos alunos. “A baixa visão é um dos fatores que mais atrapalham na hora dos estudos”, frisa.

Desde que foi retomado, há cinco meses, o projeto Vivendo já atendeu 300 crianças de cinco a 14 anos. As avaliações são feitas todas as segundas-feiras, das 10h às 12h e das 17h às 19h, na livraria Vanguarda, localizada no campus I da UCPel. Além disso, os profissionais atuam de maneira itinerante em escolas, eventos de rua e outros espaços. Todo o atendimento é prestado de forma gratuita. Quem deseja solicitar uma visita do projeto pode entrar em contato com o professor Roni Quevedo através do e-mail [email protected]

SINTOMAS - FIQUE ATENTO
►Dificuldade de enxergar longe ou perto
►Visão distorcida
►Tonturas e dor de cabeça
►Dor e vermelhidão nos olhos
►Olhos inflamados
►Secreção purulenta nos olhos, pálpebras vermelhas, olhos lacrimejantes e terçóis frequentes
►Estrabismo e sensibilidade à luz
►Irritação e inquietação
►Dificuldade para ler por longos períodos

 

Carregando matéria

Conteúdo exclusivo!

Somente assinantes podem visualizar este conteúdo

clique aqui para verificar os planos disponíveis

Já sou assinante

clique aqui para efetuar o login

Sem regulamentação, Uber não gera arrecadação para Pelotas Anterior

Sem regulamentação, Uber não gera arrecadação para Pelotas

Tentativa contra a desigualdade Próximo

Tentativa contra a desigualdade

Deixe seu comentário