Por Helena Schuster
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(Estagiária sob supervisão de Vinicius Peraça)

A esperança e a luta de uma lourenciana contra o câncer tem mobilizado as redes sociais. Diagnosticada com linfoma folicular grau 3A há cerca de cinco meses, Bruna Hartwig, 28, busca, através de uma vaquinha online arrecadar os R$ 180 mil necessários para realizar o tratamento, não oferecido pelo Sistema Único de Saúde (SUS), para garantir a remissão da doença.

A jovem, que mora há três anos em Balneário Camboriú, em Santa Catarina, conta que tudo começou com uma dor abdominal em setembro do ano passado. "Acordei, num domingo normal, com uma dor no estômago que não passava por nada. Fui numa UPA, eles me deram remédios para dor e nada adiantou, aí o médico viu que tinha alguma coisa errada", conta. Através de um exame físico, o médico detectou uma massa no abdômen que, após tomografia e biópsia, determinou o diagnóstico de câncer.

Em outubro, Bruna começou a realizar sessões de quimioterapia em Florianópolis, no Centro de Pesquisas Oncológicas (Cepon), através do SUS. Das seis sessões necessárias, a jovem já fez a metade. "Se tudo der certo e não tiver nenhuma intercorrência, faço a última quimio no dia 10 de março e, a partir daí, preciso começar a manutenção", conta. Esse tratamento, que deve ser realizado após a quimioterapia, é o que motiva a mobilização para arrecadar recursos. "O médico me explicou que preciso da manutenção para garantir a remissão e o SUS não oferece esse tratamento." relata.

Cada ciclo do tratamento, realizado com o anticorpo monoclonal rituximabe, custa R$ 15 mil. Bruna vai precisar fazer 12 ciclos. "Tive muito receio de fazer a vaquinha e de como as pessoas iriam olhar e interpretar isso, mas meus amigos me deram muita força", relata. Para a jovem, a mobilização também é uma forma de motivar outras pessoas. "É difícil colocar a cara na internet para tanta gente, mas espero que isso sirva de esperança para outros que também estão passando pelo mesmo, para lembrarem da menina que precisava de uma quantia muito grande, fez a vaquinha e conseguiu".

Até o fechamento da reportagem, a plataforma online, disponível em vakinha.com.br/3381569, já havia arrecadado cerca de R$ 55 mil.

Apoio, esperança e alerta aos jovens
Para além da divulgação da vaquinha, Bruna fala que a decisão de contar sua história nas redes sociais também tem a intenção de alertar pessoas mais jovens. "Me sentia cansada, às vezes acordava enjoada, mas em nenhum momento pensei que pudesse ser câncer, mas entendo que a idade está a favor de mim e do meu tratamento. Então, quanto antes houver um diagnóstico, melhor".

Foi através da internet que a jovem também encontrou outras pessoas para dividir os medos durante o tratamento. "Fiz um primeiro vídeo falando que tinha câncer e acabei conhecendo outras duas meninas que estão passando por isso. Criamos uma amizade e passamos a dividir nossas angústias e medos", conta. O trio também criou um grupo aberto, no aplicativo Telegram, que reúne outras meninas da mesma faixa etária passando por tratamento de câncer.

Bruna reforça, ainda, que a mobilização e o carinho das pessoas através das redes sociais fazem toda a diferença nesse momento. "Ao mesmo tempo que eu tive muito medo e aflição por tudo que está acontecendo, recebi muito amor e uma onda de solidariedade". Com o apoio de amigos, familiares e até desconhecidos, a jovem diz que vê aprendizados nessa jornada. "Tenho uma rede de apoio muito grande, com amigos maravilhosos e uma família que faz de tudo para estar comigo. Então, por mais que seja um momento difícil, sei que ele veio pra ensinar muita coisa pra mim e para as pessoas à minha volta", finaliza.​