Crônica

Uma mãe de todas as mulheres

Por Thais Russomano

Médica


"A coragem chama pela coragem em todos os lugares" - essa é a frase que ostenta a primeira estátua de uma mulher na praça do Parlamento Britânico em Londres. Foi preciso chegarmos no século 21 para que a presença feminina fosse eternizada num dos locais politicamente mais poderosos do planeta.
No dia 24 de abril de 2018, a estátua de Millicent Garrett Fawcett (1847-1929) foi inaugurada aos pés do Big Ben, sob os olhos orgulhosos da primeira-ministra Theresa May, do prefeito londrino Sadiq Khan, de vários políticos e de muitos representantes de entidades sociais.

A Dama escolhida para essa honraria tornou-se um símbolo da reivindicação pelo direito ao voto feminino em eleições políticas no início do século passado. Num de seus discursos, após a morte de sua companheira no movimento sufragista Emily Davison, morta ao cair sob o cavalo do rei George V, em 1913, Fawcett disse a célebre frase que hoje está estampada na estátua estrategicamente posicionada à frente do Palácio de Westminster.

Millicent tem inúmeros companheiros famosos ao seu redor, com 11 estátuas homenageando estadistas, entre eles a do primeiro ministro britânico Winston Churchill, e monumentos erguidos para celebrar a luta de líderes pela independência ou mesmo profundas modificações sociais em seus países, como o indiano Mahatma Gandhi e o sul-africano Nelson Mandela.
Mulheres como Millicent conferem um rosto à luta feminina por melhores posições no mundo contemporâneo. O exemplo de Fawcett a transforma numa mãe de todas as mulheres, pois seu legado teve o poder de redesenhar a sociedade.


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