Oitiva

Câmara de Canguçu ouve Francisco Vilela nesta quarta-feira

Vereador do Município é acusado de racismo e pode ser cassado

Foto: Divulgação - Vilela enfrenta também um processo judicial

A comissão da Câmara de Vereadores de Canguçu que analisa o processo de cassação do vereador Francisco Vilela (PP) ouve nesta quarta-feira (9) o parlamentar e outras duas testemunhas de defesa. Vilela é acusado de racismo após, no começo de junho, ter uma fala de teor racista vazada no sistema de som do Parlamento.

Além da cassação na Câmara, Vilela enfrenta também um processo judicial após a servidora do Município, Eliane Rusch, ter representado contra ele pelo crime de injúria racial. Ela considera que a frase "negrinha p***, p*** que é um raio, a filha do Zeca", proferida pelo vereador na ocasião, se referia a ela. No mês passado, o Ministério Público acompanhou o inquérito da Polícia Civil e denunciou o vereador pelo crime que é equiparado ao racismo, com pena prevista de dois a cinco anos de reclusão.

Em entrevista ao Diário Popular, o advogado Conrado Bento Neto, que representa Vilela, sustenta a tese da defesa de que, com a frase, o vereador não se referia à Eliane - que não é negra, e sim a um vídeo pornográfico que circulava pelas redes sociais. "Como é que a pessoa vai ser vítima de uma injúria racial atribuindo a si a cor negra quando ela é branca?", questiona o advogado, que considera o inquérito policial que pede o indiciamento do vereador equivocado.

Bento pondera que a fala do vereador é reprovável e deveria ser analisada pelo conselho de ética da Câmara, mas que a cassação é uma punição exagerada. "Pode arquivar essa aqui, que seria o justo, e abrir uma outra por ter dito coisas que não poderiam ser ditas na Câmara", diz. "Errou grosseiramente, mas não em relação a essa senhora".

O advogado considera ainda que, por reproduzir as palavras ditas no vídeo pornográfico, não há crime na fala de Vilela que vazou. "Não era um contexto pejorativo (às mulheres negras), era um comentário sobre um fato", diz. "Ela mesmo diz naquele ato sexual o que ele disse que ela seria".

A audiência desta quarta-feira é a segunda em que testemunhas serão ouvidas. Na última sexta-feira, oito pessoas foram ouvidas pela comissão. Todas, assim como as duas que serão ouvidas hoje, não estavam presentes na sessão em que a fala foi capturada. A linha das testemunhas é defender o caráter e o histórico de Vilela para sustentar que as palavras não se referiam à servidora.

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