Protesto

Entidades se manifestam contra desmembramento de área da Rural

Projeto tramita na Câmara autorizando loteamento de 25,5 hectares no espaço cedido pelo Município

Foto: Carlos Queiroz - Em frente à ARP, os manifestantes cobravam que os recursos da venda do terreno à construção civil sejam revertidos aos cofres públicos com faixas de protesto e discursos em um carro de som

Representantes de entidades sindicais, movimentos sociais e partidos políticos se mobilizaram na sexta-feira em uma manifestação contra o desmembramento de 25,5 hectares da área ocupada pela Associação Rural de Pelotas (ARP). A entidade ocupa uma área doada pelo Município na década de 1950 e um projeto enviado pela Prefeitura à Câmara propõe a cessão do espaço para a construção de um loteamento.

Em frente à ARP, os manifestantes cobravam que os recursos da venda do terreno à construção civil sejam revertidos aos cofres públicos com faixas de protesto e discursos em um carro de som. Lair de Mattos, membro do Sindicato da Alimentação e da Central Única dos Trabalhadores (CUT), que mobilizou o protesto, diz que o objetivo do ato era conscientizar a população sobre o processo da venda. "É extremamente prejudicial ao povo de Pelotas. 25 hectares de terra pública vão ser doadas para uma entidade privada sem qualquer justificativa lógica para isso", diz. "Enquanto a Prefeitura está atrasando salário de servidor público e falta remédio para o povo, está entregando toda essa terra para a especulação imobiliária para levar esse dinheiro pra fora", classifica a militante Aline Kickhofel.

Em outubro, o Executivo encaminhou à Câmara de Vereadores um projeto autorizando a doação dos 25,5 hectares para a construção de loteamento em área ocupada pela Rural. Mesmo com reação dos vereadores da oposição, o projeto passou pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e agora está sendo analisado pela Comissão de Orçamento e Finanças (COF). Na CCJ, emendas de vereadores da oposição foram rejeitadas. Entre as emendas, estava uma determinando que os recursos da venda da área fossem revertidos aos cofres públicos.

O presidente da Associação Rural de Pelotas, Augusto Rassier, diz respeitar a liberdade de opinião e manifestação, e que a entidade está aberta para esclarecimentos. Ele afirma que a criação do parque urbano é um trabalho coletivo "entre associados e Prefeitura, que apoia o empreendimento e sabe dos benefícios que serão trazidos a todos os pelotenses". "Nossa expectativa é que o projeto tramite de forma tranquila na Câmara e possa muito em breve gerar benefícios sociais, empregos e renda para Pelotas", diz.

Segundo a ARP, a área terá um parque urbano com lago, praças, ciclovias e complexos esportivos. A entidade estima que o novo bairro irá gerar uma arrecadação anual de R$ 4 milhões em IPTU e que a renda da transação será utilizada para restaurar sua sede e os pavilhões da Expofeira.

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